O PCP considerou esta quinta-feira que “é necessário” prestar “todos os esclarecimentos” e “tirar as devidas consequências” após a demissão do secretário de Estado Miguel Alves, acusado pelo Ministério Público do crime de prevaricação.

“Face à demissão do Secretário de Estado Miguel Alves, o PCP reafirma que é necessário que sejam prestados todos os esclarecimentos, que seja feito o apuramento e tiradas as devidas consequências”, defendeu o Grupo Parlamentar do PCP, numa curta nota enviada às redações.

Livre defende que falta de explicações de Miguel Alves justificam demissão

O deputado único do Livre considerou que a falta de explicações das decisões de Miguel Alves quando era presidente da Câmara Municipal de Caminha justificam a sua demissão do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

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No entanto, em declarações à agência Lusa, Rui Tavares lembrou a “humanidade” de Miguel Alves, que nas suas funções enquanto secretário de Estado encontrou-se com o agricultor Luís Dias que fez greve de fome durante cerca de um mês em frente à residência oficial do primeiro-ministro.

“Tenho a salientar que durante o período em que foi secretário de Estado decorreu a greve de fome do nosso concidadão Luís Dias e que foi ele que o ajudou a desbloquear. E, portanto, acho que isso não deve ser esquecido porque na altura perguntei ao senhor primeiro-ministro se tencionava contactar com esse nosso concidadão e o primeiro-ministro respondeu diretamente que não, o que aliás me deixou bastante surpreendido”, salientou.

Apesar disso, Rui Tavares afirmou que as razões que justificaram a saída são “relevantes e sérias”. “Enfim, o inexplicado até agora das decisões que tomou enquanto presidente da Câmara Municipal de Caminha justificam que ele se tenha demitido”, rematou.

IL considera comportamento de Costa o “grande problema da democracia portuguesa”

A Iniciativa Liberal (IL) considerou que o comportamento do primeiro-ministro “começa a ser o grande problema da democracia portuguesa”, defendendo que, também no caso de Miguel Alves, António Costa prolongou a situação “muito para lá do aceitável”.

“A Iniciativa Liberal já tinha dito no princípio desta semana que já não era uma questão de Miguel Alves, essa estava resolvida, era uma questão de tempo até Miguel Alves ter que sair do Governo, a questão é António Costa”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o deputado e dirigente da IL Rui Rocha a propósito da demissão do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

Na opinião do deputado liberal, o primeiro-ministro tem um “comportamento inaceitável em várias situações”, dando como exemplos o caso das incompatibilidades, este caso concreto de Miguel Alves e a forma como António Costa “trata e se relaciona com outros partidos”, ou seja, “com profunda arrogância e com profunda falta de sentido de responsabilidade, sentido de estado e sentido democrático”.

“Esse começa a ser o grande problema da democracia portuguesa, é o comportamento de António Costa que não respeita as instituições, que não respeita os portugueses e que degrada a democracia portuguesa”, acusou.

Para Rui Rocha, também candidato à liderança da IL, no caso do secretário de Estado que esta quinta-feira deixou o Governo, António Costa teve o “comportamento típico” de “prolongar estas situações muito para lá do que seria aceitável”.

“António Costa revela um profundo desprezo pelos princípios elementares da democracia, corrói as instituições, António Costa é um problema da democracia portuguesa neste momento”, acusou.