Foi apenas uma vitória que quebrou uma longa série de invencibilidade dos azuis e brancos nas provas nacionais mas representou mais do que isso: quando o Benfica venceu o FC Porto na Luz para a Liga, o trajeto de sucessivos triunfos consecutivos dos dragões nos clássicos acabaria por sofrer uma inversão. No encontro seguinte, na Invicta, o conjunto de Magnus Andersson até voltou a ganhar (quase carimbando a vitória no Campeonato), mas os encarnados voltaram a ser melhores nas meias da Supertaça, ganhando ao rival no prolongamento. Agora, com maior pressão dos visitados que perderam com o Águas Santos na primeira jornada, encontravam-se de novo em mais um teste ao real momento dos portistas.

73 golos, dois prolongamentos, muita incerteza e a decisão: Benfica bate FC Porto e está na final da Taça de Portugal de andebol

“Este é sempre um jogo especial, um clássico é diferente. Por tudo o que envolve, até pela atmosfera criada pelos adeptos, é um jogo diferente. A responsabilidade é maior mas tentamos encarar este jogo como encaramos todos os outros. Vai ser um duelo entre duas equipas de grande qualidade e é difícil prever o vencedor. Acredito que poderemos ter mais sucesso se entrarmos unidos, com boa comunicação e foco na defesa. É uma das nossas armas e a chave para uma possível vitória. O Benfica tem uma equipa muito completa mas acredito que o segredo será aquilo que podemos controlar: boa defesa e eficácia na finalização”, tinha destacado Leonel Fernandes antes do jogo em declarações ao Porto Canal.

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“Nesta época eles começaram com alguns percalços. Perderam connosco na Supertaça, depois foram derrotados na primeira jornada do Campeonato e na Liga dos Campeões têm tido jogos muito difíceis mas vão jogar em casa e contra nós dão sempre tudo. Temos de jogar com a cabeça fria. Tivemos alguns dias de descanso, algo que não tínhamos há algumas semanas. Tem sido intenso, com muitos desafios e viagens e agora tivemos uma semana para preparar a partida. Se queremos continuar em cima, temos de ganhar. A defesa e os guarda-redes podem fazer a diferença”, referira o ponta Jonas Källman à BTV.

O Benfica até perdeu o último jogo da Liga Europeia em casa com o Goppingen e não conseguiu chegar às meias da Super Globe mas está a ter uma temporada de consolidação depois da conquista histórica da Liga Europeia na última época, somando por vitórias os encontros realizados no Campeonato. Já o FC Porto, que tem feito um ano muito aquém na Champions com seis derrotas noutros tantos encontros, tinha esse peso da derrota na Maia com o Águas Santas a abrir, perdendo margem de manobra nos jogos grandes. E os dragões não vacilaram, vencendo em casa, anulando o atraso para o rival e permitindo que o Sporting, que nesta jornada vai receber o Póvoa, se possa isolar a duas semanas do clássico em Alvalade.

O encontro começou equilibrado, com os encarnados a terem até as primeiras vantagens, mas a primeira parte ficou marcada por dois períodos de eclipse ofensivo do Benfica aproveitados da melhor forma pelos azuis e brancos: no primeiro, o FC Porto conseguiu fazer um parcial de cinco golos sem resposta, virou de 2-4 para 7-4 mas permitiu a reaproximação dos visitantes que contaram com boas intervenções de Sergey Hernández; no segundo, com Diogo Branquinho em destaque, os dragões dispararam de 13-13 para 18-13, chegando ao intervalo na frente por 19-14. O ponta internacional português era um dos melhores marcadores com quatro golos, tantos como o lateral Jack Thurin e o pivô português Alexis Borges.

A segunda parte começou com o FC Porto a chegar a uma vantagem máxima de sete golos de diferença (21-14) mas o jogo estava longe de se encontrar fechado, com o Benfica a entrar nos últimos 20 minutos com apenas três golos de atraso depois de um parcial de 6-2 nesse período da partida. O técnico portista pediu uma pausa técnica, Sebastian Frandsen entrou para a baliza dos dragões e a equipa conseguiu suster aquela que estava a ser um boa reação dos encarnados, mantendo sempre a vantagem nos três/quatro golos até ao 33-29 final. Jack Thurin e Djordic foram os melhores marcadores com sete golos, seguidos de Alexis Borges e Rui Silva (ambos com seis), outro dos elementos importantes para o triunfo dos visitados.