Mesmo cumprindo os 90 minutos em Birmingham frente ao Aston Villa sem aparentes problemas físicos, num jogo onde não marcou nem assistiu mas acabou por dar nas vistas por uma “pega” no quarto de hora inicial do segundo tempo com o central Tyrone Mings, Ronaldo falhou o regresso aos treinos. Com isso, ficou de fora do reencontro com o conjunto agora orientado por Unai Emery em Old Trafford para a Taça da Liga. Uma mera questão de gestão? Afinal, era mais do que isso. E, depois de estar ausente nas sessões seguintes, falhou mesmo a deslocação a Londres para os red devils defrontarem o Fulham.

Ronaldo foi capitão, pegou-se com Mings e acabou com uma estatística que resume a época: United volta a perder com Aston Villa

“O Cristiano Ronaldo está doente e por isso não foi convocado para este encontro da Taça da Liga. Não sei se estará apto para domingo. É difícil prever como é que ele vai recuperar até lá mas não estou preocupado com isso neste momento. Ausência pelo Mundial? Nada disso, está doente e é por isso que não joga”, esclareceu Erik ten Hag na quinta-feira, antes do triunfo por 4-2 com um golo de Bruno Fernandes.

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“Ele é sempre um grande problema, porque é um dos melhores de todos os tempos. É ótimo trabalhar com ele. Os jogadores e a equipa estão realmente felizes por tê-lo no balneário. Pode continuar a ter impacto, pode continuar a fazê-lo e já o demonstrou esta época. Quando está bem, marca a diferença. Espero que puxando por ele desta forma ele possa ter impacto na equipa e que possa fazer a diferença de forma positiva”, comentou agora o técnico que voltava a não contar com o número 7 à Sky Sports.

Sem Ronaldo e também sem Diogo Dalot, Bruno Fernandes, que cumpria o 100.º jogo na Premier League em 104 possíveis desde que trocou o Sporting pelo Manchester United, foi o único português da equipa e também um dos melhores jogadores dos red devils apesar do erro involuntário que ofereceu a transição rápida do Fulham para o 1-1. Os londrinos de Marco Silva deram pouca margem aos visitantes para corrigirem a última derrota no Campeonato em Birmingham, viram De Gea evitar males maiores entre mais um jogo monstruoso de João Palhinha mas Garnacho desequilibrou as contas no último lance da partida, dando uma vitória que já ninguém esperava e que o Manchester United também não merecia.

O jogo até começou com um Fulham de linhas subidas e a ter uma primeira ameaça por Carlos Vinícius para defesa de David de Gea (5′) mas a partir do momento em que Bruno Fernandes começou a conseguir agarrar mais no encontro procurando os espaços nas transições para receber sozinho e assistir tudo mudou. Foi assim que Cristian Eriksen, que fazia também a 250.ª partida na Premier, inaugurou o marcador ao segundo poste após passe do internacional português (14′). Foi assim que Martial, de novo assistido pelo médio, falhou o segundo em boa posição frente a Bernd Leno (30′). Foi assim que Eriksen, neste caso com uma assistência sem olhar do número 8, atirou perto do poste nos descontos. Os londrinos jogavam bem e tentavam empurrar os red devils para o seu meio-campo mas Bruno Fernandes fazia a diferença.

No entanto, o Fulham estava muito longe de dar o encontro por perdido. Até foi o United a ter a primeira boa oportunidade em mais um passe na profundidade do português que Martial e Rashford na recarga não conseguiram transformar. No entanto, os visitados iam conseguindo criar chances de golo encontrando sempre o mesmo obstáculo pela frente, com De Gea a tirar o golo a Carlos Vinícius após uma rotação na área para remate de pé esquerdo e, na sequência do canto, a Tim Ream após desvio ao segundo poste (53′). Parecia uma questão de tempo e foi mesmo, com Daniel James, galês ex-United que acabara de entrar, a fazer o empate após uma boa transição com assistência de Tom Cairney que começou num lance em que Bruno Fernandes tentou em demasia evitar que a bola saísse e originou essa saída rápida (61′).

O Manchester United teria de fazer algo mas era o Fulham que continuava bem mais confortável no jogo, com João Palhinha (que acabou o encontro com o recorde de desarmes nesta edição da Premier League, com um total de nove) a aventurar-se também na área contrária numa bola parada para obrigar David de Gea a mais uma grande defesa na sequência de um pontapé de bicicleta (71′). As equipas não queriam que o jogo partisse mas essa acabou por tornar-se uma inevitabilidade em alguns momentos, com McTominay a não aproveitar um desses momentos para dar outra direção a um cruzamento de Luke Shaw (82′). O golpe de teatro estava guardado para o último lance da partida no terceiro minuto de descontos, com Garnacho, o prodígio que muitos já comparam a Ronaldo, a fazer um grande sprint para marcar o 2-1 na área.