A duas semanas do início do Mundial, na jornada que assinalava a interrupção de todas as competições nacionais para dar lugar ao compromisso internacional, a larga maioria dos selecionadores anunciou a lista final de jogadores que cada país vai levar para o Qatar. Dia após dias, dissiparam-se dúvidas: Reus volta a falhar um Campeonato do Mundo por lesão, Mané foi chamado apesar de se ter lesionado há pouco tempo e a Argentina ficou desprovida de Lo Celso também por problemas físicos. Pelo meio, Dybala foi convocado.

O avançado da Roma, que se lesionou no início de outubro e que de lá para cá tem desfalcado a equipa de José Mourinho, foi chamado por Lionel Scaloni e vai estar no Qatar apesar de não jogar há mais de um mês. A meio da semana, porém, a convocatória do argentino ainda não era certa: e o treinador português garantia que não sabia se a presença de Dybala no jogo deste domingo, contra o Torino, poderia ser decisiva.

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“Não sei, é difícil dizer. Não tenho conhecimento dos contactos dele com a Argentina ou com o Scaloni. Não sei se tem de jogar domingo para ir ao Mundial. Os jogadores que vão ao Mundial vão ter mais a cabeça noutro lado do que neste último jogo. Claro que precisamos dele e gostaria de o ter contra o Torino”, explicou Mourinho na antevisão da partida, num cenário que acabou por não se verificar, já que Scaloni convocou Dybala sem que este precisasse sequer de regressar aos relvados.

Este domingo, naquela que era então a última jornada da Serie A antes do Mundial, a Roma recebia o Torino no Olímpico depois de duas partidas seguidas sem ganhar entre a derrota com a Lazio e o empate com o Sassuolo. O técnico português lançava Volpato, Zaniolo e Abraham no trio ofensivo, contando já com Dybala e também com Pellegrini no banco de suplentes, e optava pela dupla formada por Camara e Cristante no meio-campo. Do outro lado, o ex-Benfica Valentino Lázaro era titular, sendo que Nemanja Radonjic, também ele antigo jogador encarnado, começava no banco.

A primeira parte terminou sem golos mas esse fator poderia ter sido alterado ainda dentro da meia-hora inicial, quando o árbitro da partida assinalou grande penalidade na área do Torino por mão na bola de Ricci. Depois de analisar as imagens do VAR, porém, reverteu a decisão e anulou o penálti, com o treinador do conjunto de Turim a decidir surpreender logo depois e fazer a primeira substituição ao trocar Vojvoda por Singo por motivos unicamente estratégicos. A Roma ficou muito perto de abrir o marcador com um desvio de cabeça de Mancini, que viu a bola passar muito perto da baliza (37′), mas nenhuma das equipas agitou o marcador.

Mourinho mexeu ao intervalo e trocou Volpato por El Shaarawy, com Ivan Jurić a responder com a entrada de Rodríguez para o lugar de Buongiorno. O primeiro golo do jogo apareceria logo depois: Vlašić combinou com Singo e o costa-marfinense cruzou para a grande área a partir da direita, com Linetty a cabecear para bater Rui Patrício (55′) e dar vantagem ao Torino. A Roma procurou reagir mas a verdade é que não conseguia aproximar-se com perigo da baliza adversária, com as bancadas do Olímpico a responderem com alguns assobios e uma clara impaciência em relação ao momento da equipa.

O treinador português voltou a fazer substituições a cerca de 20 minutos do fim, trocando Abraham, Cristante e Zalewski por Belotti, Tahirovic e Dybala — proporcionando o regresso do avançado argentino à competição. Dybala teve uma boa oportunidade para empatar quase de imediato, atirando em posição frontal para a baliza para defesa do guarda-redes do Torino (72′), e melhorou claramente a atuação global da equipa na antecâmara de uma ponta final de loucos.

Nos últimos minutos, José Mourinho viu cartão vermelho direto e foi expulso por protestos, Belotti desperdiçou uma grande penalidade já nos descontos ao acertar no poste (90+2′) e Matic, com um pontapé de fora de área na sequência de um remate de Dybala que esbarrou na trave (90+4′), evitou a derrota e resgatou um ponto para a Roma. A equipa do treinador português somou a terceira jornada consecutiva sem vencer e vai para a pausa motivada pelo Mundial no 7.º lugar da Serie A, fora de todas as posições de apuramento europeu e atrás da Atalanta e da Juventus.