A Amnistia Internacional (AI), pediu esta terça-feira aos líderes do G20 para garantirem o direito de manifestação pública durante a cimeira do bloco, que decorre até quarta-feira na ilha de Bali, na Indonésia.

“Os líderes do G20 devem apelar ao governo indonésio para cumprir as suas obrigações de respeitar e proteger os direitos à liberdade de expressão, reunião pacífica e associação“, disse num comunicado o diretor da Amnistia Internacional da Indonésia, Usman Hamid.

Os representantes das 20 maiores economias do mundo devem assegurar um “ambiente seguro e propício” para a sociedade civil “defender e promover os direitos humanos sem medo de represálias”, acrescentou.

A AI observou ainda que a cimeira acontece no meio de uma “repressão contínua de dissidentes pacíficos e vozes críticas” no país anfitrião.

Neste contexto, a organização denunciou que, no período que antecedeu o evento, foram levados a cabo vários atos de intimidação por parte das autoridades indonésias contra ativistas, incluindo um grupo da Greenpeace, que encenou um protesto de bicicleta, e a dispersão de uma reunião de membros do Instituto Indonésio de Assistência Jurídica (YLBHI), ambos em novembro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estes atos de intimidação contra ativistas pacíficos são tentativas inaceitáveis do Estado para silenciar opiniões, que infelizmente se estão a tornar mais comuns na Indonésia”, salientou Usman.

De acordo com um relatório publicado recentemente, entre janeiro de 2019 e maio de 2022, a AI registou pelo menos 328 ataques físicos e digitais contra a sociedade civil naquele país, incluindo ativistas e defensores dos direitos humanos, que fizeram pelo menos 834 vítimas.

Muitos destes ataques, “cujos alegados perpetradores incluem atores estatais e não estatais”, são abrangidos pela Lei de Informação e Transações Eletrónicas, que o país utiliza frequentemente para “criminalizar aqueles que criticam o Governo e aqueles que expressam opiniões nas redes sociais”.