A Argentina, de Messi, o Brasil, de Neymar, e a detentora França, de Mbappé, apresentam-se, lideradas pelo trio de ataque do Paris Saint-Germain, com as grandes candidatas a vencer o Mundial de futebol de 2022.

De forma inusitada no Qatar e no final do ano, entre 20 de novembro e 18 de dezembro, a meio da época no “velho continente”, os sul-americanos surgem com uma dupla muito forte para contrariar o recente poderio da Europa, saldado num “tetra”.

A novamente ausente Itália (2006), a Espanha (2010), a Alemanha (2014) e a França (2018) arrebataram os últimos quatro cetros, depois do “penta” do Brasil (2002), de Scolari, na primeira edição realizada na Ásia e em dois países (Coreia do Sul e Japão).

Os argentinos, que não perdem há 35 jogos e foram campeões em 1978 e 1986, e os brasileiros, únicos pentacampeões (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e vencedores incontestáveis da qualificação sul-americana, são as principais armas da CONMEBOL, enquanto a França, campeã em 1998 e 2018, lidera o contingente europeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Espanha (campeã em 2010) e a Alemanha (1954, 1974, 1990 e 2014), emparelhadas no Grupo E, são também candidatas, tal como a Bélgica, que nunca ganhou nada.

Numa última linha de pretendentes, surgem os Países Baixos, três vezes vice-campeões (1974, 1978 e 2010), a Inglaterra, campeã em 1966, a Croácia, “vice” em 2018, o Uruguai, vencedor em 1930 e 1950, e Portugal, que, a exemplo dos belgas, nunca conseguiu sequer disputar uma final.

As maiores expectativas centram-se, à partida, na Argentina, que chega ao Qatar como vencedora da última Copa América, em 2021, numa final com o Brasil, em pleno Maracanã, e da regressada Finalíssima, na qual bateu a campeã europeia Itália (3-0).

Mais do que tudo isto, impressiona a fiabilidade da equipa, que, sob o comando de Lionel Scaloni, vai numa impressionante série de 35 jogos sem perder (24 vitórias e 11 empates), ameaçando o recorde mundial da Itália (37, entre 2018 e 2021).

Sete vezes “Bola de Ouro”, Messi, de 35 anos, é o líder da Argentina e terá a sua última oportunidade para conquistar a mais importante competição mundial, que esteve perto de arrebatar em 2014 – derrota por 1-0 no prolongamento da final, com a Alemanha.

Ao seu lado, o “10” tem os melhores “aliados” de sempre, de Emiliano Martínez a Lautaro Martínez, passando por Otamendi, Romero, De Paul, Paredes, Acuña, Enzo Fernández ou Ángel Di María, o homem que tem “jeito” para os grandes momentos. Falta Lo Celso.

A Argentina não será, porém, mais favorita do que o Brasil, de Tite, que tem, provavelmente, o elenco mais temível, pela quantidade de soluções ofensivas, para todos os gostos, e sob a liderança do agora mais experimentado Neymar.

Durante muitos anos apontados com o sucessor de Messi e Ronaldo, que dominaram o futebol nos últimos 15 anos, o “10” do Brasil nunca deu o passo em frente, mas pode agora consagrar-se, se conseguir conduzir a “canarinha” ao “hexa”.

Ao seu lado, estão Alisson, Marquinhos, Éder Militão, Casemiro, Lucas Paquetá, Vinícius Jr., Raphinha, Antony, Richarlison ou Gabriel Jesus, sem esquecer o “eterno” Dani Alves, o jogador mais titulado do mundo, de 39 anos.

Os dois “colossos” sul-americanos estão um “passo” à frente da França, sobretudo porque os gauleses, de Didier Deschamps, têm duas baixas determinantes no centro do meio-campo, face às ausências dos lesionados N’Golo Kanté e Paul Pogba.

Os dois jogadores foram essenciais no cetro de 2018 e não parecem ter substituídos à altura, mas continua a haver Lloris, Pavard, Varane, Lucas Hernández, Griezmann, Giroud e, claro, Mbappé, que agora terá o apoio de Benzema.

Por seu lado, a Espanha, de Luis Enrique, já quase não tem sobreviventes de 2010, mas mantém a matriz, assente na posse de bola, enquanto a Alemanha, agora de Hans-Dieter Flick, tem ainda muitas armas de 2014, incluindo o regressado “herói” Mario Götze, e sabe sempre que o “o futebol é 11 contra 11 e no fim…”.

Ainda na segunda linha de candidatos, está a Bélgica, que nunca ganhou nada, mas fechou o pódio há quatro anos, sendo a responsável pela “queda” do Brasil (2-1 nos “quartos”), e tem uma grande geração, encabeçada por De Bruyne e Courtois.

Os Países Baixos, de Van Dijk, Frenkie de Jong e Memphis, a Inglaterra, de Harry Kane, a Croácia, de Luka Modric, o Uruguai, de Luis Suárez, Cavani e Darwin Núñez, e Portugal, de Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Bruno Fernandes, também podem ter uma ‘palavra’ a dizer no Qatar.

A edição 2022 do Mundial, que tem no anfitrião Qatar o único estreante, realiza-se de 20 de novembro a 18 de dezembro, com as 32 seleções inicialmente “instaladas” em oito grupos de quatro, que apuram os dois primeiros para o início da fase a eliminar.