Cerca de 38 mil assistentes operacionais da administração pública com mais de 30 anos de serviço vão ter um aumento de 104 euros em janeiro de 2023, disse esta quarta-feira o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap).
O número foi avançado por José Abraão aos jornalistas, à saída de mais uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, no Ministério da Presidência, em Lisboa, sobre valorização de carreiras.
A proposta apresentada pelo Governo tem alterações relacionadas com a valorização da carreira de assistente operacional, disse o secretário-geral da Fesap, uma informação já avançada antes também pela Frente Comum, que foi recebida momentos antes pelo executivo.
Função Pública. Só alguns coordenadores técnicos das autarquias terão aumento de 104 euros
José Abraão indicou que “cerca de 38 mil” assistentes operacionais com mais de 30 anos de serviço vão subir um nível remuneratório em janeiro de 2023, ou seja, cerca de 52 euros, além da subida associada à atualização salarial, perfazendo assim um aumento global de, pelo menos, 104 euros. Em janeiro de 2024, os mesmos trabalhadores subirão então mais um nível (mais cerca de 52 euros).
Anteriormente, o Governo propunha logo em janeiro de 2023 uma subida de dois níveis além do aumento salarial (um total de 156 euros) a assistentes operacionais com mais de 35 anos de serviço, medida que iria abranger “só 19 mil” trabalhadores, explicou Abraão.
Ainda segundo a nova proposta os assistentes operacionais que tiverem entre 24 e 30 anos de serviço em 31 de dezembro de 2024 sobem uma posição remuneratória em 2025 e os que em dezembro de 2025 tiverem entre 15 e 24 anos de serviço aumentam uma posição salarial em janeiro de 2026.
O líder sindical disse ainda que na próxima semana haverá novas reuniões com o Governo sobre as carreiras especiais de grau complexidade 2 e 3 para e definir prioridades para as carreiras que faltam rever.
Frente Comum: Trabalhadores vão dar resposta ao Governo na greve da função pública
O líder da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse que os trabalhadores vão dar “uma resposta expressiva” à proposta do Governo na greve nacional, na sexta-feira, face aos aumentos salariais previstos, que considera insuficientes.
“O Governo tomou uma opção que leva ao empobrecimento dos trabalhadores e apresentou-nos isso logo na primeira reunião negocial. Evoluiu na forma de distribuir o mal pelas aldeias, mas não quer resolver o mal”, afirmou Sebastião Santana, à saída da reunião.
O sindicalista contestou o aumento salarial global médio de 3,6%, referindo que a inflação homóloga é nesta altura superior a 10%. “Perante isto, os trabalhadores darão a resposta no dia 18 de novembro. Vai ser uma resposta expressiva, porque os trabalhadores estão fartos de empobrecer”, sublinhou o coordenador da Frente Comum, referindo-se à greve nacional marcada para sexta-feira.
Sebastião Santana apelou ao Governo para que, até ao dia 25, dia da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), evolua na sua posição e passe a olhar para os trabalhadores da administração pública “não como uma despesa mas como um investimento”.