A seleção portuguesa de râguebi está mais forte agora, em vésperas de defrontar os Estados Unidos da América no encontro decisivo da repescagem para o Mundial2023, do que estava durante a qualificação, disse esta quarta-feira o selecionador, Patrice Lagisquet.

Portugal e EUA disputam, na sexta-feira, a última vaga no torneio, após ambos vencerem os primeiros jogos da repescagem, frente a Hong Kong e Quénia, num encontro em que os lobos têm de “estar a 100%” para levar de vencida um adversário que esteve nos últimos seis mundiais.

O que tenho a certeza hoje é de que estamos muito melhor preparados agora do que estávamos durante o torneio das Seis Nações, onde tivemos ausências importantes por lesão ou por Covid-19. Agora, no Dubai, estivemos todos juntos nestas duas semanas, estamos confiantes e juntos podemos atingir o objetivo”, disse o técnico, em conferência de imprensa realizada através de plataforma digital.

A afirmação de Lagisquet saiu quando comentava a importância do encontro de sexta-feira para alguns jogadores, que têm, frente aos EUA, uma oportunidade única de marcar presença num Mundial.

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O técnico reconheceu que “para alguns jogadores, este pode ser o último jogo” pela seleção portuguesa, mas atirou esse agoiro para o lado do adversário.

“Portugal tem jovens de qualidade e podem ter mais jogos assim, decisivos, no futuro. Espero que tenham outras ocasiões de se qualificar para um Mundial. Mas, para alguns jogadores, sim, esta pode ser a última oportunidade. Espero que não seja o último jogo para eles, mas sim para os que estão na mesma situação nos EUA”, atirou.

Um dos jogadores que podem estar em fim de linha é Mike Tadjer, que mostrou confiança na juventude do grupo para garantir o objetivo, com a ajuda dos mais experientes, sem esconder a importância que o jogo assume na sua carreira, que inclui vários anos no Top 14, em França.

Esta é uma oportunidade que não aparece muitas vezes na carreira de um jogador. Sim, é o jogo mais importante da minha vida! Estamos confiantes, temos um bom grupo e vamos dar tudo para alcançar o objetivo na sexta-feira”, disse o jogador natural de França, com ascendência portuguesa.

Segundo o talonador, os lobos estão conscientes de que o encontro com os eagles “vai ser mais duro e mais disputado em cada centímetro de terreno do que foram os anteriores”, frente a Hong Kong e Quénia, encontros que permitiram à seleção “ganhar confiança”.

As seleções africana e asiática também foram derrotadas pelos EUA, em encontros que permitiram ao selecionador de Portugal “ver a estratégia” do adversário, com a suspeita de que “talvez tenham alguma surpresa” para apresentar na sexta-feira. Por isso, o foco está na própria equipa portuguesa.

“Vamos fazer o jogo que estamos habituados, com criatividade, velocidade e a certeza de que também podemos jogar bem com os avançados. O objetivo será tentar não mostrar os nossos pontos fracos, o que será difícil”, advertiu Lagisquet.

Portugal e EUA defrontam-se na sexta-feira, às 15h30, em encontro da terceira e última jornada do torneio final de repescagem para o Mundial de França2023, que se assume como uma autêntica final, com as duas equipas empatadas no topo da classificação da prova que atribui a última vaga.

A seleção portuguesa precisa apenas de ganhar ou empatar para voltar a marcar presença num Mundial, no próximo ano, 16 anos após a história participação dos lobos no Mundial2007, também em França.