“Talvez esta seja a minha última publicação. A partir deste momento, aconteça o que acontecer comigo, saibam que, como sempre, estou com o povo iraniano até ao meu último suspiro.” A publicação soa a despedida e não é por acaso. Na sua conta oficial de Instagram, no sábado, uma popular atriz do Irão filmou-se sem véu islâmico, de uso obrigatório no país, e de cabelo destapado.

Quando o futebol faz política. Atletas iranianos juntam a sua voz às que exigem justiça pela morte de Mahsa

Poucas horas depois, Hengameh Ghaziani, 52 anos, vencedora de vários prémios, foi detida pelas autoridades, anunciou o Iran Internacional, site independente iraniano, citando os media estatais.

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Desde que os protestos no Irão aumentaram de intensidade, depois de em setembro Mahsa Amini, jovem curda iraniana de 22 anos, ter morrido no hospital, depois de detida pela polícia da moral por mau uso do véu islâmico, seis pessoas já foram condenadas à morte por participarem nas manifestações.

Fora dessas contas está ainda um rapper iraniano, de 27 anos, condenado à pena capital por apoiar os protestos contra a República Islâmica. Saman Yasin foi condenado à morte por ser “moharebeh”, ou seja, inimigo de Deus. Yasin foi condenado por 11 crimes, todos eles falsificados segundo a imprensa anti-regime, e por apoiar os protestos contra a República Islâmica.

“Inimigo de Deus.” Rapper iraniano de 27 anos condenado à morte por participar nos protestos contra a República Islâmica

Saman Yasin é conhecido pelas músicas de protesto, que falam de pobreza e da violação de direitos humanos no Irão. Foi detido a 10 de outubro e, desde então, já esteve na prisão de Evin e na de Fashafoye. A 7 de novembro, segundo a imprensa iraniana, foi julgado e condenado à morte. A sessão não terá durado mais de 10 minutos e o seu advogado não esteve presente no julgamento. Não é cohecida a data de execução da sentença.