A dependência energética nacional foi de 64,2% em 2020, diminuindo 8,3 pontos percentuais face a 2019, pelo terceiro ano consecutivo, e registando o menor valor desde 2000, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a Conta de Fluxos Físicos de Energia 2020, divulgada pelo INE, a descida da dependência energética –rácio entre as importações líquidas de energia e a utilização interna de energia – resultou da descida de 7,5% das exportações de fluxos energéticos, pelo terceiro consecutivo, refletindo a diminuição das exportações de produtos petrolíferos (-10,1%), designadamente gasolina (-65,5%).

Em sentido oposto, destaca o INE, registou-se um aumento das exportações de eletricidade de 29,7%, refletindo o aumento dos preços.

Num ano marcado pela pandemia da Covid-19, o INE registou uma diminuição de 0,5% no consumo de produtos energéticos pelas famílias, menos intensa do que a verificada no conjunto do consumo privado (-7,1%), concorrendo para um aumento de 7% da intensidade energética do consumo privado e interrompendo a tendência decrescente que se verificava desde 2015.

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A produção de eletricidade foi obtida através de um “mix” de produtos energéticos menos poluentes, segundo o INE, registando-se uma redução de 55,1% da utilização do carvão e aumentos do gás natural (+1,1%) e, sobretudo, das renováveis (+9,2%) que atingiram o máximo da série desde 2000, ao corresponderem a 47% do total da produção de eletricidade.

O aumento de 9,2% da produção de energia com origem renovável em 2020 deveu-se, segundo o instituto, essencialmente, ao aumento da energia de origem hídrica (37%).

A percentagem de energias renováveis na produção de eletricidade aumentou 5,5 pontos percentuais, em resultado do efeito conjugado da redução significativa da utilização do carvão (-55,1%) e do aumento de outras formas de produção de energia renovável, para além da de origem hídrica, como foram os casos da solar (+17,2%) e madeira, desperdícios de madeira e outra biomassa sólida e carvão vegetal (+16,5%).

Em 2020, as utilizações energéticas na atividade da fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados diminuíram 6,8%, continuando a decrescer após um máximo em 2017, contribuindo para esta redução as quebras de produção de querosenes e ‘jet fuels’ (-56,3%) e da gasolina (-18,5%).