A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou esta segunda-feira que o governo do país vai apresentar uma proposta no Parlamento para baixar a idade mínima permitida para votar dos 18 para os 16 anos.

O anúncio foi feito depois de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal que considerou que a situação atual é “discriminatória”. A posição do tribunal surgiu depois de uma ação interposta pelo grupo Make It 16, que argumentou que os mais jovens devem ter uma palavra a dizer em eleições por haver temas, como as alterações climáticas, que irão afetar muito mais os jovens do que os mais velhos — uma visão com a qual o Supremo concordou.

“Isto é História”, afirmou em reação um dos dirigentes do grupo, Caeden Tipler, segundo o The Guardian. “Estamos muito otimistas que quando o Parlamento vir a decisão perceberá que a redução da idade de voto é a coisa certa a fazer.”

No discurso desta segunda-feira, Jacinda Ardern deixou claro que a sua posição pessoal é a de que a idade do voto deve ser alterada. “Para mim, é um alinhamento entre algumas das responsabilidades e direitos que as diferentes idades têm. Mas aceito que políticos diferentes tenham visões diferentes”, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mesmo com a proposta a ser feita no Parlamento, não é garantido que a Nova Zelândia venha a alterar a lei, já que as alterações à lei eleitoral exigem uma maioria de dois terços na câmara.

Os dois partidos mais à direita no Parlamento neo-zelandês já se pronunciaram contra a medida. “Muitos outros países têm uma idade eleitoral de 18 anos e o Nacional não vê um argumento forte o suficiente para baixar essa idade”, afirmou o líder do Partido Nacional, Christopher Luxon, segundo o Canberra Times.

Também o líder do ACT, David Seymour, destacou que uma sondagem recente mostrava uma oposição clara da maioria do eleitorado à alteração. “Não queremos mais 120 mil eleitores que não pagam impostos a votar para que haja mais despesa”, disse.

Os partidos Verde e Maori anunciaram que irão votar a favor da proposta. Já o Partido Trabalhista, a que pertence a primeira-ministra, ainda não anunciou uma posição.