O antigo futebolista Gary Neville tem sido criticado por aceitar comentar o Campeonato do Mundo de futebol para a beIN Sports, um canal de televisão com sede em Doha, no Qatar. Para o agora comentador desportivo, citado pelo The Telegraph, muitas das críticas são hipócritas porque não só são dirigidas apenas a atletas, como também são feitas por quem tem, de alguma maneira, ligações ao Qatar.

Assim, e sem meias palavras, Neville falou mesmo do príncipe herdeiro britânico, William, que “não tem planos” para se deslocar ao Qatar e apoiar a seleção britânica, como é hábito da monarquia em grandes competições. Uma crítica que atingiu o Rei Carlos III. “Se o príncipe William não quer vir assistir ao torneio ao vivo, mas está tranquilo com o facto de o pai receber donativos [de um sheik do Qatar], tudo bem”, disse o antigo internacional inglês.

Príncipe Carlos recebeu pessoalmente mala com um milhão de euros de sheik do Qatar

Em junho, o The Sunday Times, revelou que o Carlos, na altura ainda príncipe herdeiro, tinha recebido um milhão de euros em notas do sheik Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani (que já foi primeiro-ministro do Qatar). Tudo terá acontecido em 2015, Clarence House, a então residência oficial de Carlos em LondresEsta terá sido uma das três ocasiões em que o sheik entregou dinheiro pessoalmente a Carlos, em encontros ocorridos entre 2011 e 2015. O príncipe diz não ter feito nada de ilegal e, ao jornal, a garantia do gabinete de Carlos é que o dinheiro foi imediatamente entregue a uma fundação de caridade. Apesar disso, o caso está sob investigação.

As críticas do antigo jogador do Manchester United estenderam-se igualmente à classe política do Reino Unido, ainda de acordo com o mesmo jornal. “Se os políticos não se querem deslocar ao Qatar, mas aceitam receber o seu dinheiro no nosso país através dos partidos político, está tudo certo para mim. Mas a verdade é que só vejo jogadores e ex-jogadores a ser criticados”, atirou ainda.

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