O 272.º dia de guerra fica marcado pelas declarações do chanceler alemão, Olaf Scholz, que disse, numa conferência em Berlim, que, “em vista do desenvolvimento da guerra e dos fracassos visíveis e crescentes da Rússia”, a Alemanha deve estar preparada para “uma escalada” do conflito.

Esta terça-feira a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia vai dar mais 2,5 mil milhões de euros à Ucrânia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já agradeceu o novo apoio, que irá contribuir para a “estabilidade da Ucrânia” na véspera de um “difícil inverno”.

Durante a tarde a Crimeia foi alvo de um ataque com drones que colocou “em alerta” os serviços locais, revelaram as autoridades pró-russas. Segundo o governador da região, Mikhail Razvozhaev, foram abatidos dois drones. Alguns residentes disseram à Suspilne que foram ouvidas explosões nas cidades de Sevastopol e Yevpatoria. Até agora as autoridades russas não revelaram se está em causa um ataque ucraniano, nem Kiev reivindicou a autoria.

Pode acompanhar aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia ou ver o que de mais relevante aconteceu ao longo do dia:

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O que aconteceu durante a noite?

  • As autoridades ucranianas começaram a retirar civis das zonas recentemente libertadas na região de Kherson e Mylolaiv, refere a Euronews. Os residentes são aconselhados a partir para regiões mais a sul devido aos receios de que a falta de energia e água – provocada pelos bombardeamentos russos – tornem as condições muito difíceis durante o inverno.
  • A Procuradoria-Geral ucraniana iniciou uma investigação à alegada execução de prisioneiros russos por soldados ucranianos, após uma denúncia de Moscovo do surgimento nas redes sociais de vídeos que parecem indicá-lo.
  • Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano, reagiu ao vídeo em que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, surgiu com um cachecol com um mapa da “Grande Hungria”. As lições que não se aprendem têm tendência a repetir-se, mesmo na Hungria, afirmou Podolyak. “Guerras sangrentas começam com o mesmo cenário: líderes pequenos começam a sonhar com Grandes impérios”, escreveu no Twitter.

  • As autoridades ucranianas fizeram uma rusga a um mosteiro cristão da Igreja Ortodoxa Ucraniana, em Kiev, para impedir o seu uso como um centro pró-russo de “atividades subversivas”.
  • O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, alertou numa intervenção no Fórum da Aliança das Civilizações, para a “retórica perigosa” que alimenta as ameaças nucleares em todo o mundo.
  • Os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 4.500 milhões de dólares (4.377 milhões de euros) para responder às necessidades orçamentais ucranianas, nomeadamente nas despesas hospitalares, nos salários de funcionários públicos e professores e na assistência social aos mais vulneráveis.
  • A Rússia acusou Kiev de ter lançado uma nova série de ataques contra a central nuclear de Zaporíjia, numa altura em que se intensificam os combates na península de Kinbourne e as forças aéreas russas realizaram ataques em Kherson.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que a Rússia já usou na guerra a maior parte dos mísseis de alta precisão do seu arsenal. Segundo os dados da Ucrânia, dos 900 mísseis Iskander que Moscovo detinha restam apenas 119.

  • As autoridades ucranianas denunciaram que três pessoas morreram após um bombardeamento russo na região de Kherson esta terça-feira, noticia o Kyiv Independent.
  • Especialistas ucranianos e iranianos reuniram-se para discutir as alegações de que Teerão terá fornecido drones que a Rússia está a usar na guerra, confirmou um porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros ucraniano. Durante o encontro o Irão foi informado sobre as consequências de ser cúmplice das autoridades russas na agressão à Ucrânia, refere um porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros ucraniano.
  • O Presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, ladeado pelo homólogo russo, Vladimir Putin, considerou que a Rússia e Cuba têm o mesmo inimigo, “o império ianque”, numa alusão aos Estados Unidos
  • Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que a Rússia “não pretende que a ‘operação especial’ mude o governo na Ucrânia”.
  • O diretor executivo do Ukrenergo, operador estatal ucraniano, descreveu esta terça-feira os danos causados nas instalações de energia pelos ataques russos como “colossais”.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia vai convocar o embaixador da Hungria para exigir um pedido de desculpas após Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, ter sido visto num jogo de futebol com um cachecol com um mapa da “Grande Hungria” — incluindo territórios que agora fazem parte da Áustria, Eslováquia, Roménia, Croácia, Sérvia e Ucrânia.
  • Várias explosões mataram três pessoas na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, anunciaram as autoridades deste território, onde estão em construção fortificações.
  • Na noite em que um míssil atingiu território polaco, comediantes russos ligaram a Andrzej Duda, Presidente da Polónia, e fizeram-se passar por Emmanuel Macron. Uma gravação de sete minutos e meio da chamada foi publicada online pelos humoristas conhecidos como Vovan e Lexus.
  • Os ucranianos vão enfrentar um inverno mais difícil e, por isso, na região de Kharkiv começaram a ser fabricadas caldeiras portáteis para combater o frio rigoroso e aquecer as casas assinaladas como vulneráveis.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O Presidente russo, Vladimir Putin, vai encontrar-se nos próximos dias com mães de alguns soldados russos a combater na Ucrânia. A notícia, que começou por ser avançada pelo jornal russo Vedomosti, foi confirmada pelo regime russo.
  • Um bombardeamento a um alegado posto central de distribuição de ajuda humanitária na cidade ucraniana de Orihiv, situada no sudeste do país, provocou um morto (um alegado voluntário deste centro) e dois feridos (duas mulheres), alegou esta terça-feira o chefe de gabinete do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Andriy Yermak.
  • A Ucrânia estimou em cerca de 85 mil os soldados russos mortos em combate, incluindo mais 400 no último dia.
  • O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que “tudo deve ser feito para preservar a segurança e proteger” as centrais nucleares, após novos bombardeamentos à central de Zaporíjia.
  • O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal apelou esta terça-feira aos membros da Assembleia da República Portuguesa que reconheçam a Rússia como “um Estado patrocinador do terrorismo internacional” e que sejam tomadas medidas para prevenir novos ataques.
  • Sergey Kovalenko, CEO da Yasno, principal fornecedora privada de energia a Kiev, alertou que “todos” devem entender que é provável que os “ucranianos vão viver com apagões até, pelo menos, ao final de março” de 2023.