Os 22 países que integram a Agência Espacial Europeia comprometeram-se a reforçar o seu financiamento, incluindo Portugal, que já tinha previsto cerca de 115 milhões de euros para cinco anos, disse esta terça-feira a ministra da Ciência.

O compromisso foi assumido durante o Conselho Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) que se reúne durante dois dias, em Paris, entre terça-feira e quarta-feira.

Em declarações à agência Lusa, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse que as suas expectativas para o encontro são “extremamente positivas”, sobretudo depois de ouvir as intervenções iniciais dos seus homólogos.

“Todos concordaram em aumentar o orçamento para a ESA para termos autonomia, em termos europeus, no que concerne toda a área do espaço e, com isso, podermos também alavancar a economia e resolver parte dos problemas que temos”, relatou Elvira Fortunato.

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Portugal também subscreveu esse compromisso e, sem quantificar para já, a governante adiantou que o Governo vai reforçar o investimento já previsto para os próximos cinco anos de cerca de 115 milhões de euros em programas da agência.

“A Europa tem de ser mais ambiciosa”, sublinhou a ministra, acrescentando: “Não podemos estar continuamente a depender de dados ou de soluções que nos são impostas e vendidas por outros estados”, designadamente os Estados Unidos e a China.

Da parte de Portugal, Elvira Fortunato explicou que desde 2016, quando passou a integrar a ESA, que o país “tem vindo a aumentar a sua contribuição financeira” e destacou a posição estratégica, sobretudo dos Açores, e a participação de investigadores e da indústria portuguesa em programas de desenvolvimento científico e tecnológico.

Num balanço da primeira manhã do Conselho Ministerial, a ministra destacou da intervenção do diretor-geral da Agência, Josef Aschbacher, as palavras dirigidas às gerações mais novas e o compromisso para a preservação do planeta, que também sublinhou no seu discurso.

“Vivemos, hoje, uma encruzilhada geracional em que a nossa geração trouxe progresso e prosperidade, mas falhou em ver que o mundo tem limites naturais, e agora esta geração jovem está forçada a resolver o que fizemos mal. Mas temos esperança e a esperança é mais forte do que o medo”, disse a responsável no seu discurso.

Em declarações à Lusa, Elvira Fortunato explicou que o espaço tem igualmente um papel no combate às alterações climáticas e na preservação da biodiversidade, através da avaliação e controlo da atmosfera, dos solos e das florestas, possibilitada pelos satélites.

“Isso dá-nos informação muito específica para sabermos em que situação esses territórios se encontram e em que medida os podemos proteger”, referiu, apontando, por outro lado, a necessidade de assegurar “um espaço sustentável para uma Terra sustentável”, a respeito da gestão e controlo do lixo espacial.