A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) lamentou esta terça-feira a falta de “compromisso mais alargado” na cimeira do clima COP27 e apontou pressões de alguns países para proteger negócios de gás natural e eletricidade de fonte nuclear.

“A APREN congratula os esforços conseguidos por todas as partes envolvidas, mas, face à atual emergência climática, e tendo em conta os planos reforçados da União Europeia, como o ‘Fit for 55’ e REPowerEU, era necessário um compromisso mais profundo e alargado em prol de um futuro sustentável”, defendeu a associação, em comunicado.

A APREN considerou que, na cimeira que decorreu em Sharm El-Sheikh, no Egito, e cujas deposições finais foram fechadas no domingo, “ficaram por endereçar vários pontos preocupantes, que impedem uma resposta mais imediata à emergência climática”.

Entre estes pontos estão a disposição para impulsionar as energias de “baixas emissões”, nas quais podem estar incluídos o gás natural ou o nuclear.

“Este é um ponto que a APREN não vê com bons olhos e que é um claro sinal da pressão de alguns países presentes na COP27 no sentido de proteger os seus negócios de gás natural e de eletricidade de fonte nuclear”, apontou a associação.

Adicionalmente, apesar de alguns países, liderados pela Índia, quererem um compromisso para a redução gradual de todos os combustíveis (e não só do carvão, como ficou definido na COP26), “a proposta acabou por falhar e não ser incluída”, lamentou a APREN.

A COP27 terminou no domingo, com a adoção de dois textos principais, uma declaração final e uma resolução sobre a compensação pelos danos causados pelas alterações climáticas sofridos por países vulneráveis, com o qual a APREN se congratula.

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