O partido do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, garantiu esta quarta-feira que o seu relatório não pede “outra eleição”, mas apenas que as autoridades eleitorais se pronunciem sobre as alegadas falhas nas urnas eletrónicas.

“Não se trata de pedir outra eleição”, disse, em conferência de imprensa em Brasília, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar de Costa Neto, um dia depois de o próprio ter pedido a anulação de parte das urnas utilizadas nas presidenciais de 30 de outubro.

Nesta conferência de imprensa agendada na sequência do pedido de 24 horas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o PL apresentasse o relatório completo sobre as urnas eletrónicas, das eleições gerais e da segunda volta das presidenciais, Valdemar de Costa Neto voltou a dizer que mais de metade das urnas eletrónicas (anteriores a 2020) têm problemas de mau funcionamento, mas que isso não prova fraude.

O PL pede ao tribunal que as autoridades eleitorais descubram qual foi a consequência do alegado mau funcionamento de mais de 279 mil urnas.

“Se há indícios, as urnas não podem ser consideradas”, disse.

“Se isso for uma mancha na democracia, temos que resolver agora (…) não podemos ficar com fantasma da eleição de 2022. Temos que solucionar isso. Pedir ao TSE que decida a questão. Não se trata de pedir outra eleição. A intenção é discutir a história do Brasil”, frisou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Não é atrapalhar a posse de ninguém, é a lei”, insistiu, referindo-se à tomada de posse de Lula da Silva que acontecerá no dia 01 de janeiro de 2023.

Na mesma ocasião, o advogado do partido Marcelo Bessa voltou a referir que a auditoria feita pelo partido verificou inconsistência nas urnas anteriores a 2020 e que, por isso, “não poderiam ter o resultado certificado”.

Segundo as denúncias do Partido, nas urnas anteriores a 2020, Lula da Silva venceu por 52% contra 48% para Jair Bolsonaro.

Mas, segundo o relatório, nas urnas novas o resultado foi o inverso: Jair Bolsonaro terá vencido com 51% e Lula Silva registado 48,95% dos votos.

Em relação ao pedido do presidente do TSE que questionou o PL sobre a não inclusão de denuncias nas urnas utilizadas na primeira volta das presidenciais, que incluía a eleição de deputados e senadores — onde o partido de Bolsonaro foi o grande vencedor — Valdemar de Costa Neto respondeu que quer primeiro provas sobre as alegadas falhas na segunda volta.

“Fizemos a opção no segundo turno” porque existem menos pessoas envolvidas, mas caso se constate a impossibilidade de “certificação do resultado das urnas” o partido vai pedir a repetição da primeira volta e das eleições para governadores, senadores e deputados.