A Arménia é um país que mantém uma relação diplomática amistosa com a Rússia, mas isso não impediu que milhares de manifestantes saíssem à rua para protestar contra a visita oficial do Presidente russo, Vladimir Putin, e do chefe de Estado bielorrusso, Alexander Lukashenko. Os dois estão, esta quarta-feira, em Yerevan, para participar na cimeira da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, sigla em inglês).
Os primeiros protestos contra a presença de Vladimir Putin ocorreram já na terça-feira à noite, dia em que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, chegou à Arménia. A manifestação, que tomou conta de várias ruas no centro da capital, contou com gritos como “Slava Ukraini [Glória à Ucrânia]” e “Putin não é bem-vindo”. Pelo meio, também se viam várias bandeiras ucranianas, norte-americanas e da União Europeia.
Protests now in Armenia ???????? against Putin ???????? and the Collective Security Treaty Organization (CSTO is +/- Russia’s answer to NATO).
Protestors are opposing the visit of Putin ????????, Lukashenko ????????, and other dictators for tomorrow’s planned CSTO meeting there ????????. pic.twitter.com/5pBEIO9Yq8
— Jason Jay Smart (@officejjsmart) November 22, 2022
A manifestação desta terça-feira à noite foi organizada por vários partidos políticos e foi convocada por dois motivos: o primeiro prende-se com a solidariedade à causa ucraniana, o segundo está relacionado com o facto de a Rússia e a Bielorrússia rejeitarem apoiar militarmente a Arménia, que continua em conflito com o vizinho Azerbaijão, por causa da soberania do enclave de Nagorno-Karabakh.
Esta quarta-feira, os protestos repetiram-se, um deles na Praça da República. Os manifestantes voltaram a sair às ruas com bandeiras da Ucrânia e dos Estados Unidos, pedindo uma aproximação ao Ocidente. “Ou nos juntamos à família das nações civilizadas e seremos salvos, ou permaneceremos amarrados ao naufrágio do império russo — e afundaremos com ele”, disse o professor universitário Garegin Chugazsyan, que participou nas manifestações, citado pela Radio Free Europe.
Noutra localidade da capital arménia, desta feita na Praça da Liberdade, várias pessoas juntaram-se para protestar contra a presença de Vladmir Putin no país, tendo sido hasteadas várias bandeiras da Ucrânia. Num dos vídeos publicados nas redes sociais, vê-se uma dezena de manifestantes com um papel na mão — cada um deles tinha inscrito o nome de uma cidade ucraniana destruída pelas forças russas, tais como Bucha, Irpin, ou Mariupol.
anti-Putin protest in Yerevan, Armenia where a CSTO summit is being held todayhttps://t.co/UllmIbEod0 pic.twitter.com/mgYgOhdrln
— Hov Nazaretyan (@HovhanNaz) November 23, 2022
Putin and Lukashenko visit Armenia for the CSTO summit. Hundreds of people from different nationalities protest the visit at Yerevan’s Freedom square calling for accountability for their war crimes and calling on the Armenian government to leave the CSTO. pic.twitter.com/mTPS6lPRMe
— Andranik Shirinyan ???????? (@Shirinyan) November 23, 2022
Os manifestantes apelam ainda à saída da Arménia da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, de que fazem ainda parte a Bielorrússia, o Cazaqusitão, a Rússia, o Quirguistão e o Tajiquistão. Os chefes de Estado dos seis países estão reunidos em Yerevan e discutirão, entre outros assuntos, a situação na Ucrânia e o apoio militar às autoridades arménias.