O quarto dia de discussão da proposta de Orçamento do Estado em plenário começou com um incidente a envolver Augusto Santos Silva. O presidente da Assembleia da República decidiu levantar a voz e repetir três vezes aos agentes da Policia de Segurança Pública para abrir as galerias ao público. O gabinete de Santos Silva desvaloriza e diz que foi uma “dificuldade técnica de comunicação sem outro significado”.

“Determino que os senhores agentes da autoridade abram as galerias ao público. Há um senhor agente da autoridade à minha frente que não está a cumprir uma ordem minha. Essa ordem tem que ser cumprida imediatamente”, disse em tom mais irritado Augusto Santos Silva.

O pedido de abertura das galerias do hemiciclo ao público é um preceito formal que marca o inicio de todas as sessões plenárias e é decretado pelo presidente da Assembleia da República.

Num dia de manifestação de policias — que termina em frente ao Palácio de São Bento –, o gabinete de Augusto Santos Silva desvaloriza a situação e explica que o que aconteceu foi uma falha de comunicação.

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Em nota enviada ao Observador é explicado que “abertas as portas, verificou-se que não havia ainda nenhuma pessoa do público a querer entrar” e que “por isso, os senhores agentes não sentiam necessidade de manter as portas abertas”, levando Santos Silva a repetir o pedido.

Conclui assim o gabinete do presidente da Assembleia da República que o incidente “tratou-se de uma dificuldade técnica de comunicação, que foi prontamente superada, sem nenhum outro significado“, apesar da visível irritação de Augusto Santos Silva e a admiração dos membros do Governo e dos deputados que iam trocando olhares e olhando para as galerias do hemiciclo.

Depois de ultrapassado o incidente, não existia público para assistir à sessão, mas as galerias são também espaço de trabalho para os repórteres de imagem das televisões, que só podem entrar depois da abertura das portas decretadas pelo presidente do Parlamento.