Desde 2006 que não acontecia: 16 anos depois, Portugal entrou num Campeonato do Mundo a vencer. A Seleção Nacional falhou o triunfo nos últimos três Mundiais, em 2010, 2014 e 2018, e esta quinta-feira acabou por recuperar a estatística vitoriosa ao derrotar o Gana na estreia no Qatar.

Bruno, um líder sem braçadeira que só pede para sair do contentor tático (a crónica do Portugal-Gana)

Num jogo em que Cristiano Ronaldo se tornou o primeiro de sempre a marcar presença em 10 fases finais de Europeus e Mundiais e também o primeiro de sempre a fazer golo em cinco Campeonatos do Mundo, Portugal carimbou três pontos e isolou-se na liderança do Grupo H — isto porque, horas antes, Uruguai e Coreia do Sul empataram sem golos. Em resumo e feitas as contas, se vencer os uruguaios na próxima segunda-feira, a Seleção Nacional está desde já apurada para os oitavos de final e pode disputar a última jornada sem olhar para a calculadora.

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Adicionalmente, Portugal chegou e ultrapassou a marca dos 50 golos em Campeonatos do Mundo, tornando-se a 17.ª seleção a atingir esse feito. No final do jogo, na zona de entrevistas rápidas e em declarações à CNN Portugal, Fernando Santos mostrou-se genericamente satisfeito com a exibição portuguesa. “Em termos de organização e da transição ataque-defesa estivemos muito bem. O Gana nunca conseguiu criar-nos problemas, nem em saídas rápidas nem em contra-ataque. Zero remates do Gana na primeira parte. Nós tivemos segurança com bola mas fomos passivos. Estivemos a trocar atrás mas quando invadíamos o meio-campo voltávamos a circular por trás e por fora. Houve pouca ‘agressão’ ao adversário e estava a faltar isso”, começou por dizer.

“Melhorámos a partir dos 10 minutos finais da primeira parte e criámos quatro situações de grande perigo, com cruzamentos. Não foi fácil. Mas, não sendo fácil, a equipa preencheu melhor o jogo nas várias componentes nos últimos 10 minutos da primeira parte. Fomos mais agressivos e criámos situações que não tínhamos criado até ali”, acrescentou. “Era preciso paciência mas não a paciência que tivemos. A equipa estava tão bloqueada, o adversário tão fechado… Assim não fazemos golos. Disse isso aos jogadores ao intervalo. Eles perceberam, tentaram modificar o tipo de jogadas. Foi o que aconteceu, a jogada do penálti é exemplo disso. Sofremos golos que vieram do nada. Ainda agora ouvi o João [Félix] a dizer isso. Ninguém pode sofrer golos que vieram do nada”, atirou o selecionador nacional.

Pouco depois, já na sala de imprensa, Fernando Santos elogiou o feito de Cristiano Ronaldo. “É um dos melhores jogadores do mundo de sempre, um dos melhores marcadores de golos de sempre. O Cristiano é um fenómeno, como Pelé, Maradonas e outros, gente que daqui a 50 anos vamos continuar a falar deles”, referiu, comentando depois a vitória surpresa da Arábia Saudita contra a Argentina. “É daqueles resultados que serve para a gente pôr a cabeça no sítio. Estes resultados são bons, são positivos. Muitas vezes as equipas e jogadores facilitam um pouco com adversários que não têm tanto nome, que não são tão conhecidos. Sempre houve surpresas no Campeonato do Mundo e vai continuar a haver”, terminou.