O almirante Henrique Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), tem vindo a receber ameaças anónimas que as autoridades acreditam serem da autoria de um grupo criminoso da margem sul do Tejo, com ligações à diversão noturna e ao tráfico de anabolizantes em ginásios. A suspeita é que alguns membros desse “grupo violento e perigoso” sejam membros dos Fuzileiros, que não gostaram de ouvir as críticas feitas por Gouveia e Melo após a morte de um agente da PSP.

Segundo o Expresso desta sexta-feira, o grupo fez ameaças contra a vida e a integridade física não só de Gouveia e Melo mas, também, da sua mulher. Já foi reforçada a proteção do CEMA por parte do corpo de segurança pessoal da PSP, como prevenção.

Em março, Gouveia e Melo, proferiu palavras que terão sido mal recebidas na Marinha. Foi no dia do funeral do agente da PSP Fábio Guerra, que morreu depois de ter sido alvo de socos e pontapés violentos de dois fuzileiros à porta da discoteca Mome, em Lisboa. “Quando vejo alguém a pontapear um ser caído no chão, vejo um inimigo de todos nós, dos seres decentes, vejo um selvagem, vejo o ódio materializado e cego, vejo, acima de tudo, um verdadeiro covarde”, afirmou Gouveia e Melo.

Ver fuzileiros envolvidos em desacatos e em rixas de rua não demonstra qualquer tipo de coragem militar, mas sim fraqueza, falta de autodomínio e uma necessidade de afirmação fútil e sem sentido”, acrescentou.

É “muito provável”, dizem as fontes judiciais ouvidas pelo Expresso, que haja membros dos Fuzileiros (atuais ou antigos) nesse grupo criminoso que é descrito como “muito perigoso, violento e em ascensão”. Está, por isso, “cada vez mais nos radares nas investigações criminais”, sendo caracterizados pela “forte compleição física” e o uso de armas ilegais, como pistolas, luvas com proteções em kevlar, matracas, aerossóis de defesa e navalhas. Usam estas armas para fazer roubos violentos que já levaram várias vítimas para o hospital, com ferimentos graves.

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