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A Hungria, único país da NATO além da Turquia que não ratificou a adesão da Suécia e da Finlândia à organização de defesa ocidental, adiou-a esta quinta-feira para o próximo ano.

O parlamento húngaro pronunciar-se-á sobre essa matéria votando-a “na sua primeira sessão” de 2023, declarou o primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orbán, à margem de uma cimeira do grupo de Visegrado (V4, aliança de cooperação entre quatro países da Europa central: Hungria, Polónia, Eslováquia e República Checa) na cidade eslovaca de Kosice.

Orbán garantiu, contudo, aos dois países do norte da Europa o seu apoio para se juntarem à Organização do Tratado do Atlântico-Norte (NATO), num contexto de guerra russa na Ucrânia, iniciada pela Rússia no final de fevereiro deste ano.

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O V4 acordou esta quinta-feira que um dos seus “objetivos estratégicos” é defender que a Ucrânia mantenha a sua integridade territorial e recusar-se a deixar que a Rússia ameace a segurança europeia, declarou Orbán em conferência de imprensa, após participar na cimeira do grupo, na segunda maior cidade da Eslováquia, no leste do país.

“Acordámos dois objetivos estratégicos” sobre a Ucrânia, disse o chefe do executivo húngaro, considerado o melhor aliado do Presidente russo, Vladimir Putin, na União Europeia (UE).

O líder do partido húngaro no poder, o Fidesz (conservador), precisou que o primeiro objetivo implica que “a Rússia não deve representar uma ameaça para a segurança da Europa” e o segundo que “a Ucrânia deve manter a sua integridade territorial”.

Segundo Orbán, este é o “acordo mínimo” sobre a Ucrânia a que chegaram os líderes do grupo de Visegrado, um bloco regional que celebrou 30 anos de funcionamento e cuja harmonia se viu nos últimos meses prejudicada pela posição hesitante de Budapeste em relação a Moscovo.

Embora a Hungria tenha até agora participado em todos os pacotes de sanções impostos pela UE ao Kremlin, as suas reticências e ameaças de veto limitaram algumas dessas medidas punitivas.

Além disso, Budapeste não só se recusa a fornecer armas à Ucrânia como também não permite que as que os outros Estados-membros enviam passem pelo seu território.

Orbán reiterou esta quinta-feira a sua posição, ao declarar que decidir se vai ou não dar apoio militar à Ucrânia é um “direito soberano” de cada país.

Por outro lado, assegurou que a Hungria participará nas novas ajudas financeiras à Ucrânia aprovadas pela UE, embora rejeite que o bloco comunitário contraia mais dívidas para poder efetivar esse apoio.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 274.º dia, 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.