As propostas de alteração do PS/Açores ao Plano da região para 2023, que pretendiam a implementação de um Plano de Emergência Social e a eliminação do programa “Nascer Mais”, foram esta quinta-feira reprovadas na Assembleia Regional.

As iniciativas contaram com 30 votos contra (do PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL, PAN e deputado independente) e 27 a favor (do PS e do BE), na votação na especialidade do Plano dos Açores para 2023, que decorre no parlamento açoriano, na Horta, ilha do Faial.

Na discussão, a propósito do Plano de Emergência Social, orçado em 46,2 milhões de euros, Carlos Silva, do PS, afirmou que o partido “está preocupado” com a “crise económica e social que atinge as famílias e as empresas” regionais.

“É preciso fazer mais para acudir às dificuldades dos açorianos”, defendeu.

O vice-presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), Artur Lima, acusou o PS de “ressabiamento” e de “irresponsabilidade” por apresentar uma proposta que, “à boa maneira socialista, atira dinheiro para cima dos problemas sem critério”, alertando que “não vale tudo para voltar ao poder”.

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Fico absolutamente espantado com esta proposta de alteração do PS. Estamos perante o maior Orçamento social de sempre apresentado nos Açores, por um governo de direita. Um Orçamento consciencioso, de responsabilidade para acudir a quem mais precisa”, declarou o governante, que tutela a Solidariedade Social.

O deputado do PSD António Vasco Viveiros considerou que o Plano e Orçamento apresentados pelo Governo Regional “respondem às necessidades das famílias e empresas” e criticou o PS por “criar drama”, considerando a proposta de alteração uma “manobra política”.

Por seu lado, o deputado liberal Nuno Barata apelou à “responsabilidade”, considerando a iniciativa socialista uma “irresponsabilidade”, enquanto José Pacheco, do Chega, criticou as anteriores governações do PS que foram uma “vergonha” em matéria social.

O líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, condenou a “hipocrisia” do PS, uma vez que os socialistas votaram contra o Plano na generalidade, enquanto Rui Martins, do CDS-PP, enalteceu o cariz social do Plano e Orçamento para 2023, descrevendo os socialistas como “pregadores da desgraça”.

Pelo PAN, o deputado Pedro Neves defendeu que as propostas do PS não deviam ter sido votadas em bloco, para evitar uma “desvirtuação completa” do Plano.

O parlamentar independente, Carlos Furtado, revelou que iria votar contra todas as propostas de alteração porque o “assunto é sério demais para ser analisado em meia dúzia de horas”, numa referência ao prazo para entrega das iniciativas que terminou às 13h00 de quarta-feira.

De acordo com os documentos a que a agência Lusa teve acesso, entre as oito propostas de alteração do PS/Açores ao Plano e Orçamento para 2023, estava a eliminação do programa Nascer Mais (que apoia com 1.500 euros, a atribuir na farmácia, cada criança nascida em concelhos com maior perda populacional), negociado entre o executivo e o Chega.

Quanto aos 46,2 milhões do Plano de Emergência, o PS/Açores destinava 18,7 milhões às famílias, sendo 10 milhões para um complemento “de atribuição única”, no valor de 65 euros por adulto e 40 euros por dependente, para quem tem “rendimentos ilíquidos mensais até 2.700,00 euros, inclusive”, descreve-se nas propostas disponibilizadas no site da Assembleia Legislativa.

No início dos trabalhos desta quinta-feira, o Plano Regional Anual para 2023 foi aprovado em votação na generalidade, com 30 votos a favor, do PSD, CDS-PP, PPM, IL, Chega, deputado independente (ex-Chega) e PAN, e 27 contra, do PS e do BE.