A comissão executiva da Área Metropolitana do Porto (AMP) saudou esta sexta-feira o debate sobre a potencial criação da empresa metropolitana de transportes, admitindo que é do seu interesse desenvolver o tema, face à dimensão do concurso público de autocarros.

O tema foi levantado pelo presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, na reunião desta sexta-feira do Conselho Metropolitano do Porto, dizendo que “à medida que as coisas vão ganhando dimensão e tração” no concurso de transporte público rodoviário de passageiros, “se calhar fará sentido, pelo menos, saber em que condições pode ser criada e o que é que isso implica para o funcionamento da área metropolitana”.

Na resposta, a primeira secretária da Comissão Executiva da AMP, Ariana Pinho, disse ser “com muito prazer” que ouvia “o interesse no desenvolvimento da empresa”.

“A área metropolitana não tem condições de gerir, com a equipa que tem, um contrato com aquela dimensão”, disse a responsável na reunião desta sexta-feira do Conselho Metropolitano, que foi presidida pelo vice-presidente Jorge Vultos Sequeira (autarca de São João da Madeira).

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A primeira secretária referia-se ao concurso público de 394 milhões de euros, adjudicado inicialmente por 307,6 milhões, que acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante, com a frota de autocarros a dever apresentar “uma imagem comum em todo o território”.

Ariana Pinho disse ainda que o assunto da criação de uma empresa metropolitana não foi abordado desde “um estudo que foi trazido, salvo erro, há um ano”.

É um assunto que é do nosso interesse desenvolver”, reforçou.

Na reunião desta sexta-feira foi também abordada a questão da criação de uma aplicação móvel (app) a desenvolver para os transportes na AMP, na sequência de um procedimento lançado em fevereiro.

No dia 23 de fevereiro, a Lusa noticiou que a AMP tinha lançado um concurso público de 460 mil euros para a implementação de um sistema de informação integrado de transportes públicos, que prevê a disponibilização aberta de informação em tempo real.

De acordo com o caderno de encargos do concurso público, consultado pela Lusa, prevê-se o estabelecimento de uma “Plataforma Integrada de Informação e Monitorização para a AMP”, responsável por gestão de dados, serviços abertos, serviços internos e interligação com sistemas externos.

Entre os sistemas abertos, está prevista a “disponibilização, aberta a entidades terceiras, de funções de alto nível”, como por exemplo “informação sobre redes, tarifários, horários planeados, horários reais e previstos”.

Na reunião desta sexta-feira questionada por vários autarcas, Ariana Pinho disse que o concurso já foi adjudicado, e de acordo com a informação consultada pela Lusa, foi-o à ANO – Sistemas de Informática e Serviços, por 350,9 mil euros.

“Ainda estamos em reuniões para incorporar a informação, para já, do novo concurso”, disse a responsável aos autarcas, acrescentando que “nesta fase é cedo para trabalhar na app”.