A FIFA abriu um processo contra a Federação de futebol da Sérvia por ter pendurado um mapa que colocava o território independente do Kosovo como uma parte integrante do país no balneário da equipa antes da partida contra o Brasil. Em cima do mapa com a “invasão” surgia, em albanês, a frase “sem rendição” – Belgrado nunca reconheceu a secessão do Kosovo em 2008.

Segundo a AP, o organismo que tutela o futebol tomou a decisão com base no artigo do seu código disciplinar sobre má conduta, incluindo “gestos ofensivos, sinais ou linguagem” e “usar um evento desportivo para demonstrações de natureza não desportiva”.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os EUA, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre. A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil ou África do Sul) também não reconheceram a independência do Kosovo.

Após as imagens da bandeira junto aos cacifos de Milos Veljkovic e Andrija Zivkovic começarem a circular nas redes sociais, o ministro do Desporto, Hajrulla Ceku, acusou a Sérvia de usar o Campeonato do Mundo para promover “mensagens de ódio, xenófobas e genocidas” – e o país apresentou queixa formal junto da FIFA, organismo que integra desde 2016.

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A independência do Kosovo foi proclamada na sequência de uma guerra sangrenta iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU. Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria de etnia albanesa e religião muçulmana.