Os camionistas e proprietários de camiões do Irão juntaram-se aos protestos contra o regime daquele país, encabeçando aquela que é já considerada uma das maiores greves desde que as manifestações começaram, diz a estação televisiva Iran International. O protesto arrancou no sábado, 26 de novembro, depois de um pedido de paralisação de dez dias pelo Sindicato dos Camionistas. Em várias cidades, como Esfahan, Bandar Abbas ou Qazvin, os condutores recusam-se a mobilizar os veículos e, por consequência, as respetivas mercadorias.

Este apoio poderá ter um impacto significativo na economia iraniana, já gravemente prejudicada pelos protestos que começaram a tomar conta do país em setembro. No mesmo dia, vários trabalhadores de fábricas de aço e automóvel entraram em greve, juntando-se assim às dezenas de empresas de vários setores (do têxtil aos eletrodomésticos, do petróleo ao gás) que nas últimas semanas suspenderam a atividade. Os protestos contra o regime iraniano têm levado a que, em dezenas de cidades, vários empresários fechassem as suas lojas, decretando greves consecutivas.

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De acordo com a mesma estação televisiva, os protestos estão a custar tanto ao regime iraniano que este já começou a oferecer subsídios extra em gasolina aos camionistas como forma de os atrair de novo ao trabalho. No início do ano, os camionistas reivindicaram apoios, mas o governo iraniano recusou.

Os protestos no Irão começaram a 16 de setembro, quando Mahsa Amini, curda iraniana de 22 anos, morreu no hospital, depois de ter sido detida e espancada pela auto-proclamada polícia da moralidade por alegadamente estar vestida de forma imprópria — o hijab estaria demasiado largo.