Os peregrinos que se inscrevam na Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em agosto em Lisboa, vão ter direito a uma senha para acederem à rede de restaurantes que aderirem ao evento, segundo um protocolo hoje assinado.

A Fundação JMJ e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) assinaram neste dia um protocolo que vai permitir identificar uma rede de restaurantes e similares para o fornecimento de refeições aos peregrinos durante a Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer na capital, entre 1 e 6 de agosto de 2023.

De acordo com o protocolo, a AHRESP vai apoiar a Fundação na definição das regras de funcionamento da rede de restaurantes e similares que irão assegurar o fornecimento de refeições para os participantes e contactar estabelecimentos para promover a sua adesão à rede, bem como promover o uso do Guia de Boas Práticas da Restauração e Bebidas.

A Fundação é a entidade responsável por garantir a alimentação dos peregrinos inscritos na JMJ Lisboa 2023, ou seja, cada pessoa inscrita no evento tem direito a uma senha ou voucher que lhes permite refeições nos restaurantes ou similares aderentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Organização quer Língua Gestual como fator de inclusão na Jornada da Juventude

“Desde o início que tomamos a opção, repetindo a boa experiência de jornadas anteriores, de partilhar este desafio com quem está no terreno e com capacidade instalada. Ou seja, em vez de criamos soluções extraordinárias ou anormais ao dia a dia da cidade de prestação de serviço de alimentação, pedimos aos agentes da alimentação para que ajudem a responder a este compromisso que temos”, disse aos jornalistas o bispo Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ.

Américo Aguiar frisou que “a fundação da JMJ conta com a AHRESP para que em toda a rede dos associados possam ajudar a criar todas as condições logísticas e de preparação da jornada junto dos agentes“.

Questionado sobre quantos restaurantes são necessários, o responsável respondeu: “só sabemos que são muitos”.

O bispo Américo Aguiar explicou que ainda não se sabe se a senha será em formato digital.

“Queremos que a JMJ de Lisboa tenha uma marca digital, estamos a trabalhar para isso, porque é a primeira vez que uma jornada tem peregrinos a partir daqueles que nasceram nos anos 90, que são os nativos digitais, por isso gostaríamos que a jornada seja 100% digital. Gostaríamos que através da aplicação e da interação com os restaurantes pudesse tudo acontecer dessa maneira, mas a esta distância ainda não sabemos”, precisou.

O presidente da Fundação JMJ sublinhou igualmente que “cada jovem terá um meio que permitirá ter acesso à alimentação dentro da lista daqueles que serão as instituições disponíveis para isso“.

Os restaurantes vão ser da zona de Santarém, Grande Lisboa e Setúbal, por onde será feita a distribuição dos jovens no território.

“Isto é importante para o setor da restauração que viveu tantas dificuldades durante a pandemia, foi um dos setores com mais danos diretos e acreditamos que isto possa ser um oxigénio, um suplemento de atividade positivamente falando, delegando em todos estes agentes a alimentação dos peregrinos“, disse ainda.

Por sua vez, o presidente da AHRESP, Carlos Moura considerou que se trata de “uma grande operação”, uma vez que devem estar presentes cerca de 1,5 milhões de peregrinos e é necessário “mobilizar centenas ou milhares de estabelecimentos” e “garantir a qualidade e a segurança da oferta“.

Carlos Moura disse que a AHRESP vai não só garantir a constituição da rede de restaurantes, como também “cuidar da segurança alimentar”.

“A partir do momento que assumimos o compromisso, assinando o protocolo, vamos começar a trabalhar na difusão, já temos algumas ferramentas, para começar a difundir, é preciso preparar, avisar as pessoas, quais as contrapartidas, quais os menus que possam estar envolvidos“, disse.

A JMJ é o maior evento organizado pela Igreja Católica, tendo o anúncio da escolha de Lisboa para receber esta edição sido feito em 27 de janeiro de 2019, na Cidade do Panamá.

Inicialmente prevista para agosto de 2022, a pandemia de Covid-19 determinou o adiamento da JMJ um ano.

Portugal será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo Papa João Paulo II (1920-2005).

O Papa Francisco é esperado em Portugal, no verão de 2023, para o encerramento da JMJ.

Papa Francisco abriu inscrições para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa