A Universidade do Porto afirmou esta segunda-feira que vai alugar camas no setor social para acolher temporariamente os estudantes que habitam nas residências universitárias dos Serviços de Ação Social a reabilitar no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em resposta à agência Lusa, a Universidade do Porto (U. Porto) garantiu neste dia que a solução para abrigar temporariamente os estudantes bolseiros deslocados que vivem nas residências dos Serviços Sociais que, fruto do PRR vão ser reabilitadas passa pelo “aluguer de camas para colmatar as que forem sendo intervencionadas“.

A presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Gabriela Cabilhas, afirmou hoje estar preocupada com o “destino” destes estudantes.

“Não conhecemos ainda as soluções para os estudantes que estão nas residências dos Serviços de Ação Social e que vão ser reabilitadas. Estes estudantes bolseiros deslocados precisam de ter um destino enquanto decorre a reabilitação“, observou Ana Gabriela Cabilhas.

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À Lusa, a U. Porto afirmou estar já em conversações com “várias entidades” do setor social, sendo também “provável” que tenha de recorrer ao setor privado para “manter a oferta existente de camas”.

“Não haverá diminuição de oferta de camas, nem acréscimo de custos para os estudantes, já que as residências estão a servir quase totalmente estudantes bolseiros, com bolsa de alojamento fixada pelas regras da Ação Social Escolar”, assegurou a universidade, acrescentando que não há, de momento, nenhum contrato assinado.

No concelho do Porto foram aprovadas 10 candidaturas da universidade, politécnico e município ao PRR para a reabilitação ou construção de camas em residências universitárias, que representam um financiamento superior a 33,2 milhões de euros.

De acordo com a lista de projetos financiados pelo PRR, disponível na página da Internet do Programa Nacional para o Alojamento no Ensino Superior e consultada pela Lusa, as 10 candidaturas vão permitir a construção de 1.510 camas, das quais 799 são novas e 711 reabilitadas.

Dos 33,2 milhões de euros, mais de metade – cerca de 20,4 milhões de euros -, corresponde aos sete projetos submetidos pela U.Porto.

O financiamento vai permitir a reabilitação de 701 camas nas residências do Campo Alegre III (43 camas), Novais Barbosa (244), Alberto Amaral (311) e Jayme Rios de Souza (103), bem como a construção de 411 novas camas, 206 das quais na futura residência da Asprela, que será construída nos terrenos junto à Faculdade de Desporto.

Das novas camas a construir pela universidade, 151 vão ficar instaladas no edifício atualmente ocupado pela sede do Centro de Desporto e algumas salas de aula da Faculdade de Belas Artes, na rua da Boa Hora, e 54 num edifício que se encontra em reabilitação junto à antiga Faculdade de Farmácia, na Viela da Carvalhosa, em Cedofeita.

O reforço do Programa Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, através do PRR, visa criar 15 mil camas em alojamentos para estudantes do Ensino Superior até 2026.