Na reação à mini-remodelação no Governo, Hugo Soares, secretário-geral do PSD, afirmou que “em tempos difíceis” Portugal precisava de “um Governo muito mais estável”. “São oito saídas em oito meses de caos e erosão do Governo a que se atribuiu perda de autoridade política e governativa de António Costa”, realçou o social-democrata durante uma conferência de imprensa na sede do partido.

Hugo Soares frisou por diversas vezes que Portugal tem neste momento um Governo que vive “no caos e em erosão”, o que considerou “mau para Portugal”. “Os três que saem são os três que divergiram do ministro da Economia, parece um despedimento ao ralenti”, sugeriu, notando que António Costa deve pronunciar-se sobre a decisão.

André Ventura, presidente do Chega, considera que a remodelação levada a cabo por António Costa é mais uma prova de que o “Governo está a degradar-se a cada dia que passa” e realçou a escolha do novo secretário Adjunto do primeiro-ministro como um sinal “não muito positivo” num Executivo que quer “combater o nepotismo”. Isto porque António Mendonça Mendes é irmão de Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, e passa agora a ter lugar no Conselho de Ministros.

“Vamos ter um secretário de Estado a coordenar o Governo e várias pessoas, entre elas a sua irmã e isto não é muito positivo num governo. Não acho positivo que o irmão de uma ministra esteja a coordenar politicamente o Governo. Pode gerar situações de dúvida, de alguma incompatibilidade política, não jurídica, e acho que não passa uma boa imagem num Governo que queria combater o nepotismo“, afirmou o líder do Chega numa conferência de imprensa de reação às escolhas de António Costa.

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Este tema, defendeu André Ventura, “vem trazer mais lenha para uma fogueira que já tem ardido tanto em matérias de incompatibilidade”.

Mini-remodelação. Mendonça Mendes passa a braço-direito de António Costa

Apesar de não colocar em causa as capacidades de António Mendonça Mendes, André Ventura acredita que “provavelmente António Costa Silva encostou António Costa à parede porque a polémica do IRC deixou claro que os secretários de Estado que saíram contra o ministro na verdade vieram dar mais peso ao primeiro-ministro, dizendo que lhe cabia a última palavra”.

Na visão de Ventura, “para os secretários de Estado serem demitidos pelo próprio primeiro-ministro é porque António Costa Silva disse ‘saem ou vou-me embora'”, o que o fez antecipar uma conclusão: “Temos de saber se a relação entre António Costa Silva, Fernando Medina e António Costa está numa fase de degradação absoluta e se o ministro da Economia obrigou o primeiro-ministro a fazer esta mudança.”

Já a Iniciativa Liberal reagiu através de um comunicado onde elenca os vários casos dos últimos tempos para concluir que “isto é mais do que descoordenação, é incompetência total de António Costa na gestão da sua equipa, causando esta sucessão de casos que fragilizam o Governo e degradam as instituições.” Para os liberais, “a maioria absoluta do PS transformou-se numa inutilidade absoluta para a resolução dos problemas do país.”

Antes dessa conclusão, a IL começa por recordar que “já saíram, em apenas oito meses, uma ministra e seis secretários de Estado, mas os sinais de desagregação absoluta não ficam por aqui, já que as situações de descoordenação são recorrentes.” Entres os casos que enumera está a “descoordenção” de Pedro Nuno Santos, o caso da ministra Ana Abrunhosa, a nomeação que voltou atrás feita por Fernando Medina, a polémica declaração sobre a baixa generalizada do IRC pelo ministro da Economia (que esteve na origem da exoneração de dois secretários de Estado) e ainda a situação mas recente do secretário de Estado Adjunto Miguel Alves.

Artigo atualizado às 21h45 com o comunicado da IL.