No 279.º dia de guerra, as sirenes de alerta de ataque aéreo foram acionadas em várias regiões ucranianas, incluindo a capital, Kiev. A primeira-dama ucraniana discursou perante os deputados britânicos, pedindo o apoio do Reino Unido para criar um tribunal especial para julgar os crimes de guerra russos. Numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, em Bucareste, o secretário-geral da aliança acusou a Rússia de usar o inverno como “arma de guerra” e avisou que a Europa deve preparar-se para receber uma nova vaga de refugiados.
O que aconteceu durante a noite?
- Yevgeny Prigozhin admitiu que o Grupo Wagner recrutou Lemekhani Nathan Nyirenda, de 23 anos. O estudante estava a cumprir pena de prisão na Rússia, mas foi morto em setembro na Ucrânia.
- O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, revelou que o governo está a negociar a compra de milhares de sistemas Starlink para os chamados “pontos de invencibilidade”, avança o Kyiv Independent. Estes locais servem para, em caso de quebras de energia prolongadas devido a eventuais bombardeamentos russos, providenciar aos civis serviços básicos, como acesso a eletricidade e água.
- A procuradoria da Federação Russa elaborou uma lista de informações sujeitas a possíveis sanções, como a difusão de informação considerada falsa sobre as forças armadas, acusação recorrente desde o início da invasão russa da Ucrânia.
- O chanceler alemão, Olaf Scholz, confirmou esta terça-feira que vão enviar à Ucrânia mais tanques Gepard, com capacidade de defesa antiaérea, avança a Sky News. “Vamos continuar a trabalhar para providenciar este sistema tão eficaz”, garantiu durante um telefonema com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
- A primeira-dama ucrnaiana voltou a denunciar a violência sexual perpetrada pelos russos na Ucrânia: “Vítima mais nova tem quatro anos, a mais velha 85”, afirmou. Num discurso dirigido ao parlamento britânico, Olena Zelenska pediu a criação de um tribunal internacional para julgar os crimes de guerra russos.
- Uma delegação de oficiais ucranianos visitou Israel para um encontro com representantes das Forças de Defesa israelitas (IDF). O objetivo é da reunião foi promover a construção de sistemas anti-mísseis para a Ucrânia . A notícia é divulgada pela agência ucraniana Ukrinform, que cita a jornalista israelita Moriah Asraf Wolberg.
דיווחנו הערב במהדורה:
משלחת מקייב, ובה בכיר מאוד בצבא האוקראיני, הגיעה ארצה באחרונה לסדרת פגישות עם גורמים בצה״ל. מטרת הביקור הרשמית הייתה קידום בניית מערכות התרעה נגד טילים עבור האוקראינים. בישראל ביקשו לשמור על ביקור המשלחת בדיסקרטיות בצל הרגישות המדינית מול מוסקבה >— Moriah Asraf Wolberg (@MoriahAsraf) November 28, 2022
- Os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 53 milhões de dólares para ajudar nas reparações do sistema energético, após os repetidos ataques russos.O novo apoio foi anunciado pelo secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, durante uma reunião do G7 que decorreu esta terça-feira.
O que aconteceu durante a tarde?
- Os Estados Unidos estão a considerar a hipótese de enviar para a Ucrânia os sistemas de defesa antiaérea Patriot, avançou um oficial norte-americano. “Estamos a avaliar todas as capacidades militares possíveis que podem ajudar os ucranianos a enfrentar os ataques russos, por isso todas as opções estão na mesa”, explicou, citado pela CNN. A defesa aérea da Ucrânia é, garantiu, uma “prioridade” dos EUA.
- O G7 concordou criar uma rede para coordenar as investigações aos crimes de guerra. “A examinação judicial das atrocidades cometidas na Ucrânia vai demorar anos, talvez décadas. Mas vamos estar preparados”, afirmou o ministro alemão Marco Buschmann, citado pelo The Guardian.
- As autoridades ucranianas prenderam esta terça-feira o chefe adjunto do Conselho Municipal de Kherson por suspeitas de cumplicidade com as forças russas durante a ocupação, entre março e novembro.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano afirmou que a Ucrânia provou que pode vencer a Rússia e pediu um apoio “mais rápido, mais rápido, mais rápido” dos aliados.
- A Rússia explicou que adiou as conversações com os Estados Unidos sobre desarmamento nuclear devido à “falta de vontade” de Washington de levar em consideração as prioridades de Moscovo.
- “Mais rápido, mais rápido, mais rápido”. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia é preciso apressar a chegada de novos apoio numa altura em que as forças russas continuam a atingir infraestruturas energéticas no país. Dmytro Kuleba pediu aos aliados o envio de mais geradores e sistemas de defesa aérea;
- A Rússia mostrou-se “indignada” após as declarações do Papa Francisco sobre o alegado papel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia. “Já nem é russofobia, é perversão”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova;
- O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica indicou que a organização vai reforçar a presença em todas as centrais nucleares ucranianas para proteger a infraestrutura energética. Rafael Grossi esteve reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, prosseguindo o trabalho para estabelecer um zona de proteção em torno da central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelas forças russas;
- A polícia da República Checa está a investigar 49 pessoas por apoiarem publicamente a Rússia na guerra contra a Ucrânia, uma ofensa prevista no código penal. Só este mês, foram denunciados à polícia 86 casos de apoio notório à invasão russa à Ucrânia ou celebração da morte de ucranianos, que levaram a polícia a abrir investigações em 57% dos casos;
- O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, garantiu que Portugal vai reforçar o seu contributo no âmbito do “quadro de conjunto de apoios que a NATO está a oferecer à Ucrânia que será abordado na reunião em Bucareste.
O que aconteceu durante a manhã?
- O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, acusou o Presidente russo de estar a “tentar usar o Inverno como arma de guerra”. À margem do encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, em Bucareste, Stoltenberg disse ainda que a Europa deve preparar-se para nova vaga de refugiados ucranianos no inverno;
- As autoridades ucranianas estão a investigar locais em Kherson nos quais cidadãos ucranianos terão sido, alegadamente, torturados pelas forças russas. As tropas de Moscovo abandonaram a cidade há mais de duas semanas e os investigadores dizem já ter encontrado cinco câmaras de tortura;
- O Qatar concordou em enviar à Alemanha dois milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano durante pelo menos 15 anos, indicou o ministro da Energia do país, Saad Sherida al-Kaabi. O anúncio acontece numa altura em que a economia alemã procura alternativas de abastecimento devido à invasão russa da Ucrânia;
- A Hungria está a fechar bibliotecas, teatros, museus, piscinas e estádios de futebol para o inverno devido ao aumento dos custos energéticos. Segundo o The Guardian, na cidade de Székesfehérvár foi tomada a decisão de fechar este tipo de infraestruturas para poupar na fatura da energia;
- Numa altura em que a Ucrânia se prepara para um inverno rigoroso, e ainda está a braços com falhas de energia, o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse que a guerra não vai impedir a capital de erguer as árvores de Natal. E atirou: “Não podemos permitir que Putin roube o nosso Natal”;
- Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Estónia, da Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e da Suécia visitaram, na segunda-feira, Kiev e assinaram uma declaração conjunta onde se comprometem a apoiar a Ucrânia, fornecendo ajuda humanitária e assegurando a continuidade do acordo dos cereais. Defendem também um reforço das sanções.