Quando Kevin De Bruyne foi eleito o melhor jogador em campo na vitória – sofrida – da Bélgica diante do Canadá, o internacional belga reagiu com surpresa. “Não sei porque é que fui considerado ‘homem do jogo’. Talvez por causa do nome”, referiu o jogador do Manchester City, pouco agradado com a exibição que tinha realizado.

O Daily Mail revela uma possível justificação para a atribuição do prémio. De acordo com o jornal britânico, as votações para “homem do jogo” estão a ser manipuladas a favor de apostadores. O público escolhe o prémio atribuído no final de cada partida através do site da FIFA. Cada pessoa só pode votar uma vez, mas circulam vídeos na Internet com tutoriais sobre como adicionar mais votos. Os vídeos são feitos por tipsters – profissionais que dão dicas regulares, baseadas nos seus próprios métodos, sobre apostas desportivas e que cobram dinheiro por essas informações – e sugerem que os seus seguidores votem várias vezes no jogador em que investiram.

Com a divulgação do esquema, as casas da sorte suspenderam as apostas no “homem do jogo” devido aos prejuízos causados. Segundo a mesma fonte, no Reino Unido, o valor das apostas referentes ao vencedor do prémio duplicaram dos cerca de 120 mil euros para os 240 mil. Estes centros detetaram o problema quando perceberam que, se Cristiano Ronaldo ganhasse o galardão contra o Gana (o que veio a acontecer) e Neymar fizesse o mesmo contra a Sérvia (foi Richarlison o vencedor), iam ter que pagar prémios de 1,2 e 1,8 milhões de euros, respetivamente, a vários apostadores. A FIFA tomou conhecimento do problema, mas ainda não avançou com medidas para o resolver.

No Brasil, o UOL revela que a situação é semelhante e acrescenta que os apostadores têm espaços em que combinam em que jogador se vão mobilizar para votar. O jornal indica que os apostadores brasileiros utilizam  perfis anónimos no navegador e vários dispositivos para acederem ao site e poderem adulterar os resultados em benefício próprio.

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