Quando, às 19h00 (de Lisboa) desta quinta-feira, Stéphanie Frappart apitar para o início do Costa Rica-Alemanha, o futebol acrescenta um novo facto à sua história: será a primeira vez que uma árbitra vai dirigir um encontro do Campeonato do Mundo masculino.

A francesa é uma de três mulheres nomeadas para o torneio, e na quinta-feira terá a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Medina como fiscais de linha, com o hondurenho Said Martínez como quarto-árbitro. Além de Frappart, que dirigirá o jogo no Estádio Al Bayt, estão ainda nomeadas para o torneio, como árbitras de campo, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita.

Será este um passo importante para a igualdade de género no futebol? Segundo contas do El Mundo, a decisão da FIFA não deixa de demonstrar uma “estranha” igualdade. Frappart irá estrear-se mas apenas ao fim de 42 jogos – o Campeonato do Mundo encontra-se na terceira jornada da fase de grupos – e quando há 10 árbitros que já apitaram mais que uma vez. Dos 33 homens anunciados, 28 já se estrearam. Das 3 mulheres, a primeira entra em campo esta quinta-feira.

“Estou muito orgulhosa”

A árbitra cresceu em  Herblay-sur-Seine, França, e tem ascendência portuguesa. Segundo o Delas, a mãe de Frappart é originária da freguesia de Tamel – São Veríssimo, em Barcelos. “A mãe, da família do apelido Barracas, é conhecida por Gina e emigrou ainda em pequena com os pais, portanto Stéphanie nunca terá estado muito por aqui”, contou a presidente da Junta de Freguesia, Tânia Ferreira ao mesmo site.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Jogava aos sábados e apitava aos domingos. Frappart optou pela arbitragem e agora chega ao Mundial do Qatar

Com 38 anos, já tinha sido quarta árbitra no México-Polónia e no Portugal-Gana, este último vencido pelos portugueses por 3-2. Árbitra internacional desde 2009, foi a primeira mulher a dirigir um jogo de competições europeias masculinas, na Supertaça Europeia de 2019, a primeira num jogo da Liga dos Campeões e da Liga francesa, e em 2021 apitou também um encontro da qualificação para o Mundial2022. Agora, chegou ao momento da estreia.

“Terei de controlar a emoção para me centrar no relvado. Vou sentir muita emoção para entrar num estádio de um Mundial, que seguramente estará cheio e onde haverá muitas expectativas”, assumiu em declarações à FIFA, nas quais não escondeu a alegria que sentiu quando recebeu a notícia. “Quando soube [da nomeação] a emoção foi enorme, não o esperava, estou muito orgulhosa de representar a França no Mundial”, confessou ainda.

Agora, o objetivo passa por “fazer um bom encontro”. “Tenho de me centrar no jogo, porque vou ter de tomar boas decisões. Fazes uma boa atuação quando te centras no objetivo essencial, o campo”, rematou.