A primeira deslocação foi adiada, por motivos de saúde, mas o primeiro-ministro continua a querer ir ao Qatar apoiar a seleção nacional de futebol no Mundial. Mesmo entre as muitas críticas às várias deslocações oficiais a um país onde o respeito pelos direitos humanos é questionado, António Costa mantém a sua intenção inicial e pretende ir ao próximo jogo, já nos oitavos final do Mundial.

Costa já está “recuperado”, segundo disse no Palácio de Belém, após a tomada de posse de seis secretários de Estado e depois de já ter cancelado a ida ao Qatar, esta sexta-feira, por estar doente. E quando foi questionado pelos jornalistas sobre se mantém a vontade de ir ao país onde decorre o Mundial, o primeiro-ministro deu a certeza: “Claro, com certeza. Espero que na terça”.

Caso Portugal seja apurado no primeiro lugar do Grupo H, o próximo jogo realiza-se na terça-feira. Será segunda-feira se a seleção se apurar no segundo lugar do grupo. A classificação ficará definida esta sexta-feira, depois do jogo de Portugal com a Coreia do Sul e também entre Gana e Uruguai, as duas outras equipas deste conjunto.

A deslocação de responsáveis políticos ao Qatar tem sido criticada, com Portugal a ser o país com mais representação política no Mundial. Ao primeiro jogo da seleção, contra o Gana, foi o Presidente da República que foi assistir (e também o secretário de Estado do Desporto), depois de alguma polémica com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa a deixar para segundo plano as questões dos direitos humanos nesta altura. A sua deslocação (tal como todas) teve de ir a votos na Assembleia da República, mas ao contrário de todas as outras, desta vez a votação não foi pacífica, com PS e PSD a votarem a favor, o PCP e o Chega a absterem-se e as restantes bancadas a votarem contra.

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Já ao segundo jogo, a representação portuguesa foi feita pelo presidente da Assembleia da República. Nessa altura já existiam notícias sobre um eventual reparo feito às declarações entretanto feitas pelos representantes portugueses, nomeadamente o Presidente da República, sobre a violação de direitos humanos no Qatar.

Chegou mesmo a ser noticiada uma chamada de atenção feita através do embaixador português no país, mas Santos Silva, quando foi assistir ao jogo Portugal-Uruguai, garantiu que “não há nenhum problema no relacionamento entre Portugal e o Qatar, que têm um relacionamento diplomático intenso. O Qatar é um dos Estados do Golfo em que temos um embaixador residente e é uma região estratégica para nós”, afirmou a segunda figura do Estado português.

Enquanto esteve no Qatar, o Presidente da República participou numa conferência focada nos direitos humanos e educação onde abordou o tema.

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