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O ministro dos Negócios Estrangeiros português reconheceu esta sexta-feira que a OSCE não pode ser responsabilizada pela manutenção da paz na Ucrânia, quando há uma parte, a Rússia, determinada em manter a sua agressão militar ao país vizinho.

“A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que nasceu em 1975, num clima de relações muito tensas, no âmbito da Guerra Fria, não pode agora ser responsabilizada pela manutenção da paz, quando há uma parte, a Rússia, que insiste na invasão da Ucrânia”, disse João Gomes Cravinho, que está em Lodz, na Polónia, a participar na reunião anual do Conselho Ministerial deste organismo.

Em declarações à agência Lusa, o chefe da diplomacia portuguesa disse que a reunião em Lodz foi “importante”, destacando o número significativo de ministros que esteve presente no encontro da organização, que conta com 57 países e que se encontra “numa situação particularmente difícil”.

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A questão que agora se coloca é qual o papel futuro da OSCE. Este foi o tema principal da reunião de hoje. Houve uma larga maioria de países que considera que a organização, embora não esteja em condições de fazer a ponte entre a Rússia e a Ucrânia (…), deve manter-se em funcionamento para o dia em que isso seja possível”, afirmou.

Gomes Cravinho sublinhou que a OSCE mantém um papel importante em muitas outras missões, em diferentes partes da sua área de influência, como por exemplo no Cáucaso do Sul, tentando a pacificação entre o Azerbaijão e a Arménia, ou na Ásia Central, onde há vários países com problemas de partilha de fronteiras.

Para o ministro português, o objetivo mais importante a curto prazo é assegurar que a OSCE não desapareça como organização de articulação entre os diversos países, sobretudo num ambiente de ameaça de estagnação, em grande parte devido aos obstáculos colocados pelo regime russo liderado pelo Presidente Vladimir Putin.

“A mais importante conclusão, que resulta da maioria das intervenções no encontro de hoje, é que temos de garantir a subsistência desta instituição, que em relação a diversas matérias está paralisada, porque a Rússia não está a permitir a aprovação do orçamento anual”, defendeu Gomes Cravinho.

O chefe da diplomacia portuguesa mostrou-se confiante de que a OSCE “continuará a ser tão importante como foi ao longo da sua vida de quatro décadas e meia”, realçando o seu potencial para manter um papel crucial na recomposição de cenários políticos de paz.