Foi no dia 23 de novembro que teve lugar no estúdio do Observador a talk que colocou no centro do debate a meningite. Com o apoio da biofarmacêutica GSK, o objetivo foi o de perceber como se evita, a que sintomas devemos estar atentos, em que altura é necessário atuar. Francisco Abecasis, Pediatra e Intensivista, Carmen Garcia, Enfermeira e Influencer, e João Saldanha, jovem sobrevivente de meningite, foram os intervenientes e muito tiveram a dizer sobre o tema.

Em primeiro lugar, e se não sabe do que se trata, importa perceber que a meningite é uma inflamação das meninges, ou seja, das membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinal. Pode dividir-se em vários tipos, como a meningite viral e a bacteriana. A primeira não tem nenhum tratamento específico e normalmente não é tão grave. Já a segunda, apresenta sintomas mais fortes e, quando não tratada a tempo e da forma adequada, pode trazer consigo consequências muito agravadas e, em alguns casos, poderá conduzir à morte. 1,2

Se é verdade que desde sempre foi uma doença associada a crianças mais novas, também é verdade que esta é uma ideia que não está 100% correta. “A meningite pode, na verdade, afetar pessoas de qualquer idade”, começou por esclarecer Francisco Abecasis, acrescentando em seguida: “contudo, é mais frequente em crianças pequenas, mas também em adolescentes. Não se conhece todas as causas da sua incidência, mas está relacionada com a interação social, tanto dos adolescentes como das crianças. Existe uma maior interação e mais próxima, o que pode fomentar o contágio. E esse é, normalmente, o maior fator”.

Para o Pediatra, a prevenção e o diagnóstico precoce são a chave para um tratamento de sucesso. “As meningites bacterianas são aquelas que nos preocupam mais e que podem, de facto, dar origem a quadros muito fulminantes e provocar doença mais grave. Têm tratamento com antibiótico, mas o diagnóstico tem de ser precoce para se conseguir fazer o tratamento de forma eficaz. O nosso primeiro objetivo é preservar a vida, mas logo a seguir vem a nossa vontade de preservar também a função. A funcionalidade dos doentes. E para isso, quanto mais rápido conseguirmos atuar, melhor”, afirma.

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Neste sentido, surge também a importância da literacia na saúde. Para Carmen Garcia, este é um passo que não pode faltar, não só na hora de lidar com esta doença, como com todas as outras. O papel dos profissionais de saúde assume, aqui, um lugar de destaque. “O primeiro papel do enfermeiro é sempre a educação para a saúde e informar os pais sobre quais são os sintomas, os sinais, aos quais devem estar atentos. O enfermeiro, em primeira instância, deve servir como um educador, ensinar os pais a perceber quando ou como devem agir”, reforça. Já em contexto hospitalar, a função de educador é substituída pela de “manutenção de órgãos, de administração da terapêutica prescrita, a monitorização, a vigilância de todos os parâmetros vitais”, acrescenta.

Ainda que as taxas de mortalidade associadas a esta doença se mantenham elevadas, o presente consegue ser mais promissor do que o passado. Para a enfermeira, a geração de pais atual é “diferente da geração de pais que nos precedeu. Hoje em dia, a maioria das pessoas já está mais desperta, percebe mais rapidamente quais são os sintomas de maior gravidade, e os cuidados de saúde primários também melhoraram nesse aspeto. E depois, há outro fator, há muitos pediatras à distância de uma mensagem, é mais fácil tirarmos dúvidas. Temos todos a informação mais perto e mais acessível”, e, segundo Carmen Garcia, isso poderá fazer toda a diferença.

Se é importante alertar, é igualmente importante dar o exemplo. No caso, um exemplo positivo que mostra o impacto e a força de uma atuação imediata e eficaz. João Saldanha foi a peça que faltava nesta conversa. O seu contacto com a doença deu-se aos 17 anos e apesar de um quadro bastante fulminante, um internamento inesperado e sintomas bastante fortes, hoje vive para contar a sua história. “Acima de tudo foi uma experiência que me trouxe mais resiliência”, partilha. Sempre com um sorriso no rosto e um espírito leve, reforçou a sua presença na conversa como uma fonte de exemplo e, quem sabe, de inspiração: “se eu puder ajudar uma pessoa com o meu testemunho, já fico feliz”, termina.

Conversa finalizada e as conclusões foram óbvias: a meningite continua na ordem do dia e é agora mais importante do que nunca alertar e sensibilizar para que nada seja deixado para fazer para depois.

Conheça os sintomas

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•   Cefaleias muito fortes;

•   Febre;

•   Vómitos.

 

Para mais informações, consulte o seu médico ou visite o website www.porumavidainteirapelafrente.pt

Com o apoio de GSK.

NP-PT-MNX-OGM-220023 | 11/2022

Referências:
1. Por uma vida inteira pela frente – “Saiba o que é a meningite” https://www.porumavidainteirapelafrente.pt/doencas-imunopreveniveis/meningite-meningococica/  
2. World Health Organization- “Meningitis” https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/meningitis