É uma daquelas máximas que ouvimos de pais, mães, avôs e avós: aprender com os erros. Podemos bater com a cabeça na parede, tropeçar e cair no chão, escorregar e não evitar o trambolhão. Mas de tudo isso, de todos esses deslizes, terá de sair sempre uma lição. E essa é a principal ilação que a Seleção Nacional tem de retirar da partida desta sexta-feira contra a Coreia do Sul.

Vitinha, uma enciclopédia que não merecia tantas páginas rasgadas (a crónica do Coreia do Sul-Portugal)

Portugal perdeu, conheceu outro resultado que não a vitória pela primeira vez neste Mundial mas não hipotecou o apuramento no primeiro lugar do Grupo H, ficando agora à espera de saber quem fica na segunda posição do Grupo G para conhecer o adversário dos oitavos de final. Ainda assim, perdeu – e Fernando Santos não escondia o desagrado com o desaire que significou a qualificação da Coreia do Sul de Paulo Bento.

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“Perdemos a intensidade nos duelos, eles começaram a ganhar mais duelos. A segunda parte foi muito de altos e baixos. Fizemos coisas boas em termos de organização da posse, a organização para responder ao que o adversário fazia. Na primeira parte fizemos isso bem. Uma coisa ou outra não fizemos tão bem e depois a circulação foi mais lenta. Tinha dito que, sempre que exploramos a profundidade, criamos problemas. Jogar curto não, caíam muito em cima. Na segunda parte não conseguimos fazer isso. A responsabilidade é minha”, começou por dizer o selecionador nacional, que fez várias alterações ao onze inicial.

Mais à frente, o treinador reconheceu que Portugal não pode sofrer golos depois de beneficiar de um pontapé de canto — como aconteceu no lance que deu a vitória à Coreia do Sul. “Não pode acontecer. Os jogadores estão avisados, não pode acontecer. Tínhamos de sair a dois. Se calhar foi a ansiedade de fazer golo, pôr a bola mais rápida… Temos de ver com os jogadores”, acrescentou Fernando Santos, que lembrou ainda que a Seleção não pode desmoralizar na antecâmara dos oitavos de final.

“Por um lado, a moral estava em alta. Vai abanar um bocadinho mas pode chamar à razão. É uma chamada à razão, temos de ser iguais ao que fomos na primeira parte. Não podemos abrandar porque qualquer adversário é perigoso neste Mundial”, atirou. Por fim, o selecionador nacional comentou ainda a reação de Cristiano Ronaldo quando percebeu que ia ser substituído por André Silva, já na segunda parte — e garantiu que o capitão da Seleção Nacional estava a dirigir-se a um jogador sul-coreano.

“Ele saiu chateado com um jogador da Coreia do Sul que o estava a mandar embora, acho que toda a gente viu isso. O Pepe depois até foi para cima do jogador da Coreia do Sul porque ele estava a insultar o Ronaldo, a dizer para ele sair. Ele estava a responder a esse jogador. Claro que compreendeu a substituição. Como é que não haveria de entender? Eu ouvi o que o jogador sul-coreano estava a dizer. Não tenho dúvida nenhuma em relação a isso, até porque a seguir o Pepe foi para cima dele. Estava a dizer em inglês para o Cristiano sair e sair e sair. E ele respondeu ‘deves estar com muita pressa que eu saia'”, terminou o técnico português.