Seis crianças com menos de 10 anos de idade morreram nos últimos dias no Reino Unido devido a uma infeção por estreptococos do grupo A, anunciaram as autoridades de saúde britânicas.

Segundo a Sky News, cinco crianças morreram em Inglaterra e uma morreu no País de Gales.

Como explica aquela cadeia televisiva britânica, em questão está uma infeção invasiva por estreptococos do grupo A, uma bactéria bastante comum que está presente em muitas pessoas e que causa habitualmente dores de garganta ou pequenas infeções ligeiras. É, por exemplo, a bactéria responsável pela escarlatina.

Porém, em algumas situações muitas raras, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea e disseminar-se rapidamente — o que dá origem a uma infeção invasiva, que pode ser fatal.

Este tipo de infeção invasiva, embora rara, está a tornar-se mais frequente no Reino Unido, segundo dados das autoridades de saúde britânicas. Este ano, no que toca às crianças entre os um e os quatro anos de idade, registaram-se 2,3 casos de infeção invasiva por cada 100 mil crianças — um número mais de quatro vezes superior ao que acontecia antes da pandemia, com 0,5 casos por 100 mil crianças.

Já no caso das crianças mais velhas, entre os cinco e os nove anos de idade, registaram-se este ano 1,1 casos por cada 100 mil crianças, um valor também muito superior aos 0,3 registados entre 2017 e 2019.

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As autoridades de saúde britânicas estão a investigar este aumento acentuado do número de infeções graves em crianças. Uma das principais hipóteses em estudo é a possibilidade de os confinamentos motivados pela pandemia da Covid-19 terem diminuído entre as crianças a imunidade a diferentes tipos de bactérias, o que permitiu que a infeção grave se desenvolvesse com maior facilidade.

De acordo com as informações disponíveis até ao momento, não parece que esteja em causa uma única cadeia de transmissão, uma vez que as seis crianças que morreram viviam em lugares geograficamente dispersos e não tinham contacto uns com os outros.

O aumento do número de mortes devido à infeção grave por estreptococos do grupo A tem estado associado a uma maior circulação da bactéria no geral. Ainda de acordo com as autoridades de saúde britânicas, o número de casos de escarlatina registados no país tem sido, por esta altura, muito superior ao que se registava na mesma altura do ano em anos passados: 851 na última semana, por comparação a uma média de 186 casos por semana nos anos anteriores.

A infeção por esta bactéria, mesmo a mais grave, pode ser curada com antibióticos, desde que seja detetada numa fase inicial.