A BMW anunciou que está a desenvolver um novo tipo de baterias, a tempo de as poder instalar naquela que será a sua primeira plataforma específica para veículos eléctricos, a Neue Klasse. As novas baterias deverão estar prontas em 2025, em simultâneo com os primeiros eléctricos concebidos sobre a nova plataforma e, segundo os responsáveis pela marca alemã, trarão vantagens em termos de autonomia, custos, tempo de recarga e emissões de CO2.

O construtor germânico, que possui já uma extensa gama de veículos eléctricos, continua a utilizar apenas plataformas que nasceram para modelos com motores a combustão, a gasolina ou gasóleo, concebidas já para poderem ser adaptadas à instalação do pack de baterias. Com a Neue Klasse, a BMW espera que finalmente possa ser competitiva em peso, face aos melhores concorrentes, bem como garantir mais espaço interior para o mesmo comprimento total e a assegurar menores custos.

O desenvolvimento das novas baterias, denominadas Gen 6 (a sexta geração dos acumuladores da marca), é liderado por Simon Erhard, técnico que afirmou à Automotive News que as novas células possuirão uma densidade energética 30% superior, o que lhes permite incrementar a autonomia na mesma proporção, sendo que serão 50% mais baratas de fabricar, emitindo ainda 60% menos de CO2. E como vêm associadas a um sistema eléctrico a 800 volts, em vez dos tradicionais 400 V, poderão recarregar 30% mais rapidamente.

As baterias Gen 6 da BMW vão passar de prismáticas a cilíndricas

Além do tipo de bateria, a BMW muda igualmente o tipo de célula, abandonando as prismáticas que usa hoje, pelas cilíndricas. Estas terão sempre 46 mm de diâmetro, mas a sua altura poderá alternar em 95 ou 120 mm, consoante se destinem a berlinas ou a SUV, que possuem maior altura ao solo. Apesar de estar envolvida na definição e desenvolvimento da química – que continuará a ser de iões de lítio –, tudo indica que a BMW continuará a adquirir as células a fornecedores externos, no caso a Envision Automotive Supply Corporation (AESC), que pertenceu à Nissan antes de ser vendida aos chineses da Envision Group.

Como a AESC não figura entre os mais reputados na produção de acumuladores, não é impossível que a BMW se veja obrigada a investir para controlar a fabricação das células, uma vez que já prevê uma linha de montagem de packs de baterias na Hungria, em Debrecen, visando proceder de igual forma na fábrica norte-americana de Spartanburg. O controlo das células é tão mais importante quanto a BMW projecta lançar uma série de novos eléctricos, para o que vai igualmente reformular a sua fábrica principal em Munique.

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