No 286.º dia de guerra, foi registado um ataque de drone num aeródromo na região de Kursk, na Rússia. O episódio acontece um dia depois de o ministro da Defesa russo acusar a Ucrânia de ser responsável por ataques em duas bases militares, uma informação confirmada ao New York Times por um alto funcionário ucraniano.

Explosões em duas bases aéreas russas fazem três mortos e oito feridos. Oficial ucraniano confirma ataque com drones

Kusrk fica a cerca de 90 quilómetros da fronteira da Ucrânia e o ataque terá provocado um incêndio num depósito de combustíveis, explicou o governador da região, sem divulgar quem foram os responsáveis. Confirmou apenas que se trata de um drone de “fabrico soviético”.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, revelou que esta terça-feira as embaixadas na Dinamarca e Roménia receberam “encomendas sangrentas”. Nas últimas duas semanas, várias embaixadas ucranianas em território europeu têm recebido pacotes suspeitos, em alguns casos contendo olhos de animais.  Esta segunda-feira, chegaram à embaixada da Ucrânia em Portugal dois envelopes suspeitos.

O que aconteceu durante a noite?

  • Os Estados Unidos negaram estar a permitir ou encorajar as forças ucranianas a atacar territórios além das suas fronteiras, garantiu Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
  • Durante a noite foram registadas explosões em Dnipro, avançou o Kyiv Independent, citando jornais locais. Os alertas de ataque aéreos foram ativados nas regiões de Dnipropetrovsk, Zaporíjia, Poltava, Mykolaiv, Odessa e Kirovohrad.
  • A primeira-ministra da Moldávia, Natalia Gavrilita, esteve esta terça-feira na Ucrânia, passando por Irpin e Bucha. Durante a visita prometeu aumentar a cooperação entre os dois países.
  • Um tribunal da região de Moscovo ordenou a detenção de duas ministras ucranianas por violação da integridade territorial da Rússia, noticiou a agência russa estatal TASS.
  • O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, saiu a meio de uma sessão urgente do Conselho de Segurança durante a intervenção do representante ucraniano.

  • O Ministério da Saúde da Ucrânia recomendou as autoridades regionais a considerarem suspender as cirurgias não essenciais e hospitalizações devido aos apagões provocados pelos ataques russos.
  • A Comissão Europeia está a considerar proibir novos investimentos no setor mineiro russo, como parte do nono pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, avançou o Financial Times, citando fontes próximas do assunto.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Pelo menos seis civis morreram e outros 10 ficaram feridos num ataque com mísseis ucranianos contra a cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia e controlada pelos separatistas russófonos desde 2014, indicaram as autoridades locais.
  • O Governo húngaro garantiu que os ministros das Finanças da União Europeia (UE) não discutiram hoje na reunião a ajuda de 18 mil milhões de euros à Ucrânia, classificando como falsa a informação de que vetou a sua aprovação.
  • Os procuradores ucranianos descobriram um novo centro de detenção usado pelos russos na região de Kherson, após a saída das tropas de Moscovo. Segundo as autoridades, os russos terão usado as instalações para deter mais de 100 pessoas com opiniões pró-ucranianas. No local, os detidos eram sujeitos a “pressões físicas e psicológicas”.

  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou a sua recusa em assinar um acordo de paz com a Rússia, alegando que o líder russo acabará por violar o compromisso. Também o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não existem perspetivas de negociações de paz “de momento”.
  • Decorreu uma nova troca de prisioneiros entre Kiev e Moscovo. Andriy Yermak, chefe de gabinete da Presidência ucraniana, confirmou no Twitter que 60 pessoas foram libertadas e “vão regressar a casa”.

  • Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, revelou que as embaixadas da Ucrânia na Dinamarca e Roménia também receberam esta terça-feira “encomendas sangrentas”. Várias embaixadas da Ucrânia em território europeu têm recebido pacotes suspeitos, em alguns casos contendo olhos de animais. Na segunda-feira, a embaixada em Lisboa recebeu duas cartas suspeitas.

O que aconteceu durante a manhã?

  • A Rússia continua a produzir mísseis apesar das sanções ocidentais, indica grupo de investigação Conflict Armament Research, citado pelo New York Times. Especialistas analisaram os destroços de vários mísseis cruzeiro Kh-101 lançados a 23 de novembro, concluindo que um deles foi produzido no verão e um outro foi completado já depois de setembro.
  • O Presidente ucraniano visitou a frente de batalha da cidade de Sloviansk, na zona leste de Donestk, região que tem sido pressionada pelas forças russas. “O leste da Ucrânia é hoje a direção mais difícil. Estou honrado por estar aqui com os nossos defensores — no Donbass. Acredito que da próxima vez nos vamos encontrar nas nossas Donestk e Lugansk ucranianas. E tenho a certeza de que na Crimeia também”, afirmou.

  • “Mais cedo ou mais tarde os objetos voadores desconhecidos regressam ao ponto de partida”, disse Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano. As declarações foram feitas depois da Rússia ter acusado a Ucrânia de atingir duas bases militares russas. A anunciou que já está a tomar medidas pertinentes” para proteger as suas instalações de ataques de drones de Kiev.

  • A Rússia continuará a fortalecer os seus laços com China, Índia, Irão, Turquia e outros países que “valorizam a sua soberania” e “rejeitam a russofobia”, afirmou o conselheiro do Kremlin Yuri Ushakov.
  • O governo japonês vai acompanhar com atenção a atividade militar russa nas Ilhas Curilas, avisou o porta-voz Hirokazu Matsuno. Na segunda-feira o ministro da Defesa russo anunciou que o país já instalou sistemas de mísseis de defesa no norte dessas ilhas, reivindicadas pelo Japão.
  • O regulador do mercado audiovisual na Letónia anunciou o cancelamento da licença ao canal de televisão independente russo TV “Devido à ameaça à segurança nacional e ordem pública, o regulador tomou a decisão esta manhã de anular a licença de transmissão à TV Rain”, explicou Ivars Abolins.
  • A empresa de imagens de satélite israelita ImageSat International partilhou no Twitter algumas dos alegados danos causados pelos ataques de drones na base militar de Dyagilevo, na Rússia.

  • A Defesa britânica considera que os recentes ataques a bases militares russas podem ser vistos como “falhas estratégicas significativas”. “As causas das explosões não foram confirmadas. No entanto, se a Rússia avaliar que os incidentes foram ataques deliberados, vai provavelmente considerá-los como algumas das mais significativas falhas estratégicas das forças de proteção desde a invasão da Ucrânia”, refere o Ministério da Defesa no mais recente relatório.

  • O responsável pela região militar administrativa de Zaporíjia acusou a Rússia de lançar mais ataques durante a noite nesta região ucraniana. Segundo Oleksandr Starukh, os ataques atingiram várias infraestruturas críticas e edifícios residenciais. Em Kharkiv, um ataque russo provocou uma morte.