A vitória robusta de Portugal por 6-1 frente à Suíça que deu a passagem aos quartos de final do Mundial teve um ingrediente em destaque: Gonçalo Ramos. A estreia a titular do avançado deu à salada da seleção portuguesa o tempero que faltava para unir os ingredientes numa exibição harmoniosa que dispensou sabores amargos no final. Se os olhos também comem, então nunca fez tanto sentido dizer que Portugal fez uma exibição de encher o olho. Assim, ultrapassada mais uma eliminatória, a final do Mundial parece até possível, mas entrar em euforias pode ser um problema, porque “começámos a divertirmo-nos um bocadinho demais e o futebol não é divertimento”, disse o selecionador nacional.

Mais sérios ou menos sérios, a verdade é que o resultado deixou os adeptos portugueses a sorrir. Para isso muito contribuiu a inclusão de Gonçalo Ramos no onze inicial da equipa das quinas. Fernando Santos admite que o avançado do Benfica “é um jogador muito dinâmico, ataca espaços na zona interior e tem um ritmo muito forte”, o que o diferencia dos outros pontas de lança disponíveis visto que André Silva “está mais habituado a jogar num sistema com dois avançados no Leipzig” e Cristiano Ronaldo é mais “fixo”.

Foi precisamente Cristiano Ronaldo que caiu do onze inicial para a entrada de Gonçalo Ramos. O capitão português contestou a decisão de Fernando Santos o substituir no jogo contra a Coreia do Sul que terminou com a derrota de Portugal. Ainda assim, o selecionador nacional garante que Cristiano Ronaldo, com quem tem “uma relação muito forte”, é o “melhor jogador do mundo” e que a passagem do camisola sete pelo banco de suplentes não afeta a relação entre os dois. “Temos que olhar para o exemplo que este extraordinário jogador deu em termos de profissionalismo. A forma como celebrou os golos… como entrou com uma vontade enorme… Só temos que enaltecer o espírito desta equipa. Se continuarmos assim e melhoramos algumas coisas, estamos no caminho certo”, atirou o treinador de Portugal.

A próxima etapa é o confronto com Marrocos dos quartos de final. “O mais importante é que temos jogo daqui a quatro dias. Marrocos tem uma equipa forte e competitiva. Vai-nos colocar problemas diferentes da Suíça, porque concede poucos espaços”. A seleção africana eliminou a Espanha nos oitavos de final num jogo que só ficou decidido nas grandes penalidades. “Marrocos venceu por mérito e não por demérito da Espanha. Se Marrocos teve o mérito de vencer a Espanha, temos nós também que descer um bocadinho à terra. O próximo jogo vai ser muito difícil”. Na reedição do duelo da fase de grupos do Mundial 2018, Fernando Santos alerta: “Não quero é que haja deslumbramento e que depois tenhamos alguma dificuldade”.

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