Adquirir um automóvel novo é sempre um momento especial, apesar de na esmagadora maioria das vezes representar um investimento fadado ao prejuízo. Ao contrário do que acontece com uma casa, por exemplo, que potencialmente se vai valorizar, qualquer carro passa a valer imediatamente menos mal sai do stand. Porém, há modelos que desvalorizam mais que outros em relativamente pouco tempo, a ponto de verem o seu valor cair 60% face ao seu custo de aquisição com zero quilómetros. Analisando os dados de vendas de 3 milhões de automóveis nos últimos cinco anos nos Estados Unidos da América, a empresa iSeeCars apurou os modelos que evidenciam maior depreciação, representando, por isso, uma compra menos inteligente.

Nessa análise às transacções, a empresa norte-americana também identificou os modelos que resistem melhor à passagem do tempo, isto é, que menos desvalorizam com o passar dos anos. Este grupo registou uma perda de valor entre 7 e 20%, o que significa que ainda continuam a ter um valor interessante (para quem os vende) como usados, atendendo a que a desvalorização média rondou os 33%.

Os resultados deste trabalho integram modelos comercializados do outro lado do Atlântico, mas a lista tem interesse (também deste lado) por incluir modelos produzidos e à venda na Europa. Com a curiosidade de este estudo permitir concluir que a preferência por marcas premium ou por modelos topo de gama não é necessariamente sinónimo de um bom investimento, a avaliar pelas conclusões a que chegou a iSeeCars, cuja credibilidade assenta numa gigantesca base de dados. Esta plataforma online trabalha com uma listagem de veículos na ordem dos 30 milhões de unidades e é esse sólido alicerce que lhe permite suportar estudos dirigidos aos interesses dos consumidores, identificando tendências de compra na área automóvel.

Ora, muitos julgam que se adquirem modelos de marcas premium verão o seu carro ser menos penalizado pela desvalorização, mas a realidade norte-americana não corrobora essa suposição. Esta é, aliás, uma das conclusões mais valiosas deste estudo: os milhares que se perdem quando se compra um topo de gama. A lista de perdedores é encabeçada pelo BMW Série 7 que, em apenas cinco anos, vê a depreciação chegar aos 57%. Ou seja, em meia década, passa a valer menos de metade, o que significa que a cada ano que passa o seu proprietário despede-se de alguns milhares de euros. Sucede que essa depreciação ataca igualmente modelos de outras marcas germânicas, como a Mercedes e a Audi. A Maserati e a Jaguar também não saem favorecidas no top 10 da desvalorização, sendo que os cinco restantes modelos não estão à venda na Europa. São o Infiniti QX80, que acusa uma depreciação de 52,6%, o que o coloca em 4.º lugar. Segue-se o Cadillac Escalade ESV (52,3%), em 5.º lugar, o Lincoln Navigator (51,9%), em 7.º, com o Volvo S90 (51,4%) e o Ford Expedition (50,7%) a fecharem a tabela, respectivamente no 9.º e 10.º lugares. Sendo que, neste caso, quanto mais abaixo na lista melhor. Confira na galeria os cinco modelos que se vendem por cá e cujo valor mais baixa nos EUA, considerando uma série de factores, designadamente a procura, os custos de manutenção e de utilização e, claro, a fiabilidade.

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Cruzando todos estes critérios há, por outro lado, os modelos que se destacam pela positiva. Ou seja, aqueles que menos desvalorizaram nos últimos cinco anos, segundo a análise da iSeeCars. O campeão é inegavelmente o Jeep Wrangler, com apenas 7,3%, metade da desvalorização do Porsche 911. Percorra na galeria abaixo o ranking dos modelos mais resistentes à depreciação.

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