O navio humanitário “Louise Michel”, financiado pelo artista britânico Banksy, resgatou 33 migrantes na última das cinco operações de resgate realizadas no Mediterrâneo Central em menos de 48 horas.

Conseguiu resgatar os migrantes que viajavam num “pequeno barco de madeira” que estava “em perigo”, mas “agora estão todos a salvo a bordo do Louise Michel a serem tratados pela tripulação”, indicaram os responsáveis da embarcação nas redes sociais.

“Foi o quinto resgate em que [o navio] participou em menos de dois dias”, acrescentaram.

Além do navio de Banksy, o “Geo Barents”, fretado pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF), também está em missão humanitária no Mediterrâneo e viaja com 254 pessoas resgatadas a bordo. O navio “Humanity 1”, operado pela organização alemã SOS Humanity, tem a bordo 252 pessoas salvas em diversas operações, tendo contado ainda com a ajuda do “Louise Michel”.

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Entre os resgatados estão várias mulheres, algumas grávidas e muitos menores desacompanhados, incluindo um rapaz de 10 anos que disse aos socorristas no “Geo Barents” que tinha sido separado do seu irmão na Líbia.

Estes são os primeiros resgates dos barcos das organizações não-governamentais após o confronto que algumas delas tiveram no início de novembro com o Governo italiano, que impediu durante dias o desembarque das pessoas resgatadas ao aplicar a sua nova política anti-imigração de deixar apenas entrar os migrantes considerados mais vulneráveis.

Itália “não tenciona de forma alguma” lidar sozinha com pressão migratória

Entretanto, continuam os desembarques de migrantes registados nas costas italianas: 24 pessoas, entre as quais três menores, chegaram na manhã de quarta-feira à costa de Pula, na Sardenha, enquanto outras 80, na sua maioria mulheres e crianças, foram resgatadas pela Guarda Costeira a sete milhas de Capo Spartivento, em Reggio Calabria (sul).

Além disso, na terça-feira, 347 migrantes chegaram à pequena ilha de Lampedusa em 24 horas, enquanto quatro pessoas, incluindo duas crianças, continuam desaparecidas após o naufrágio do barco em que viajavam junto com outros 32 migrantes na mesma costa.

Este ano, quase 96.000 pessoas chegaram à costa italiana, em comparação com 63.000 no ano passado, segundo o ministério do Interior italiano.

O ministério italiano também alertou para o “aumento considerável” das entradas em Itália por terra pela rota dos Balcãs.

Segundo dados oficiais, foram contabilizados 4.101 migrantes entre 01 de janeiro e 25 de outubro de 2022, em comparação aos 1.350 no mesmo período de 2021, o que representa um aumento de 203,78%.