A senadora norte-americana Kyrsten Sinema, eleita pelo Partido Democrata no estado do Arizona, anunciou a decisão de abandonar o partido e de se tornar senadora independente, pondo em risco a recém-conquistada maioria dos democratas na câmara alta do Congresso.

Num artigo publicado esta sexta-feira no jornal Arizona Central, Sinema justificou assim a decisão: “Juntei-me ao número crescente de pessoas do Arizona que rejeitam a política partidária ao declarar a minha independência do doente sistema partidário de Washington. Registei-me como independente pelo Arizona.”

O anúncio surge poucos dias depois de o Partido Democrata ter conquistado a maioria no Senado com o resultado da eleição na Geórgia, que deu a vitória ao democrata Raphael Warnock e uma maioria de 52 senadores democratas no Senado — maioria essa agora em risco.

Sinema, contudo, afirma que os democratas não terão de se preocupar, porque continuará a votar no mesmo sentido que sempre votou. “Nada vai mudar nos meus valores ou no meu comportamento”, assegurou numa entrevista ao Politico. “Não antecipo mudanças na estrutura do Senado.”

Mesmo que Sinema continue a votar ao lado do Partido Democrata na maioria dos casos, a sua decisão pode alterar a dinâmica em algumas decisões. Nos últimos meses, Sinema protagonizou com o senador democrata Joe Manchin algumas discussões acesas — os dois são alguns dos membros mais à direita dentro do Partido Democrata e têm disputado influência junto do partido. Apesar de a senadora do Arizona se ter oposto a algumas iniciativas democratas e ter colaborado com colegas republicanos em alguns projetos de lei, votou em linha com a administração Biden 93% das vezes, de acordo com a NBC.

Na entrevista ao Politico, Sinema justificou a sua decisão com o facto de não se sentir ideologicamente representada em nenhum dos dois principais partidos do sistema político norte-americano. “Nunca encaixei em nenhuma das caixas dos dois partidos”, diz.

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