A TAP operou, até às 17h00, 82 dos 119 voos previstos para esta sexta-feira, o segundo dia da greve convocada pelos tripulantes de cabine, disse a transportadora na sua atualização mais recente da operação durante a paralisação.

A TAP recordou que “está a operar com serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral e pelos parceiros da companhia”, indicando que “até às 17h00 deste segundo dia de greve, dos 119 voos previstos para este dia, a TAP já operou os 82 previstos”

Assim, “dos 30 voos de serviços mínimos previstos para este dia, a TAP já operou os 19 previstos. Apenas um voo para a Praia foi cancelado, mas devido a falta de passageiros”, sublinhou a transportadora aérea.

Na mesma nota, a TAP disse que, até ao final do dia, “prevê efetuar a totalidade dos 119 voos programados para hoje, para 36 destinos, incluindo todos os de serviços mínimos”, lembrando que na quinta-feira “foram feitos todos os 148 voos previstos, sendo 64 de serviços mínimos”.

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A TAP quis ainda “clarificar” que “não tem nesta altura menos 20 aviões do que tinha em 2019, como alega o SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que convocou a greve], mas sim menos nove aeronaves ao serviço (105 vs 96)”.

A transportadora disse ainda que “sobre o número de tripulantes por aeronave, a companhia cumpre os requisitos legais e do fabricante, estando em linha com os concorrentes comparáveis”.

“Também não se confirmam”, garantiu, “quaisquer violações ao atual Acordo de Empresa, cumprindo a TAP sempre e em qualquer circunstância a lei”.

“A TAP lamenta profundamente esta greve, que prejudica os clientes, a companhia e o país e continua, como sempre, disponível para negociar com o SNPVAC, bem como com todos os sindicatos“, reiterou, garantindo que “em 2020 esteve em sério risco de fechar, mas o esforço e investimento do Governo e dos contribuintes evitou que isso acontecesse”.

“Depois da assembleia geral do SNPVAC, o sindicato apresentou à companhia 14 pontos para negociar, que poderiam suspender a greve. A TAP aceitou nove desses pontos e antes da negociação tinha deixado claro que não era possível manter a incerteza sobre a operação até 24 horas antes da data da greve, porque isso seria uma irresponsabilidade para com os clientes”, destacou, lembrando que “o aviso de greve” dos tripulantes de cabine “levou a TAP a cancelar 360 voos, uma decisão tomada tendo como prioridade a proteção dos clientes”.

“A TAP deixou ainda claro ao SNPVAC que seria impossível reabrir o Acordo Temporário de Emergência, uma vez que isso poria em causa o plano de reestruturação e a recuperação da companhia“, destacou a transportadora, lembrando que este acordo “foi assinado pelo sindicato e votado por mais de 80% dos associados, assumindo a recuperação da empresa nos anos seguintes”.

A companhia reafirmou que, no caso dos tripulantes de cabine, “os maiores desafios” incluem uma “produtividade” que é, segundo a TAP, “mais baixa do que nos principais concorrentes europeus” aliada ao facto de “o absentismo ser mais alto do que a média dos restantes trabalhadores da TAP e mais alto que o dos principais concorrentes europeus”.

Os tripulantes de cabine da TAP cumprem neste dia o segundo de dois dias de greve, convocada pelo SNPVAC, por falta de acordo nas negociações do novo Acordo de Empresa (AE).

Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.

Na moção votada na assembleia geral de associados, na terça-feira, o SNPVAC considera que “a TAP preferiu pagar para ver os efeitos da greve, ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou”.

“Mais greves seriam muito prejudiciais para a companhia e para o país”, diz CEO

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, admitiu esta  que mais greves de tripulantes “seriam muito prejudiciais para a companhia e para o país” e reiterou a disponibilidade da empresa para negociar com o sindicato.

“Estamos disponíveis para todas as discussões possíveis com o SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil], nós respeitamos a liberdade para fazer greve, […] mas também queremos sentar-nos à mesa das negociações, para evitar o mais possível novas ações, porque isso seria muito prejudicial para a companhia, para o país e também pensando em todos os contribuintes portugueses que têm investido na companhia“, afirmou a responsável, em declarações aos jornalistas, no aeroporto de Lisboa, para um balanço da greve de dois dias de tripulantes de cabine da TAP, que termina neste dia.

Ourmières-Widener reiterou que a companhia já tinha concordado com nove das 14 exigências apresentadas pelo sindicato, uma das quais relativamente às ajustas de custo, mas lembrou que “não é possível achar que o acordo de emergência vai desaparecer“.

A empresa assinou acordos de emergência com todos os sindicatos representativos dos trabalhadores, que permitiram implementar um plano de reestruturação, que está em curso, que incluiu despedimentos e cortes salariais, por exemplo.

“Estamos a voar este ano o que era suposto, talvez, voarmos em 2023, e isso são boas notícias para a companhia, para o país e para o turismo português, mas este crescimento foi antecipado no acordo de emergência, portanto não é novo”, apontou a presidente executiva.

Christine Oumières-Widener disse que há algumas exigências do sindicato que “não seriam consistentes com a necessidade aumentar a produtividade ou podiam colidir com o acordo de emergência“.

“A única forma de sairmos dos acordos de emergência é negociando um novo acordo coletivo de trabalho”, que não é possível sem um novo acordo de empresa, vincou a responsável, admitindo que poderá chegar-se a uma solução transitória.

A presidente executiva disse que ainda não estão definidas datas para voltar às negociações com o SNPVAC, que acusa a TAP de ter sido quem as abandonou.

“Estamos prontos, se não esta semana, na próxima, não é um problema, estamos disponíveis“, reiterou Ourmières-Widener.