Centenas de milhares de apoiantes do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP) manifestaram-se este sábado em Daca para protestar contra o aumento dos preços das matérias-primas e exigir a libertação dos seus principais dirigentes, bem como a demissão do Governo.

Chegando de diferentes partes da cidade e de outras partes do país, os manifestantes reuniram-se num espaço no leste de Daca acordado na sexta-feira com as autoridades do Bangladesh, depois de terem rejeitado os dois outros locais propostos.

“Mais de um milhão de pessoas reuniu-se no ponto de encontro, nas suas ruas adjacentes e áreas vizinhas. As pessoas continuam a aproximar do local, apesar das barricadas”, disse o BNP em comunicado divulgado por volta do meio-dia (06h00 em Lisboa).

A Polícia, que ainda não deu dados aproximados sobre a presença na grande manifestação, está em alerta máximo depois de os protestos se terem tornado violentos nos últimos dias, com a morte de um dos apoiantes do BNP e dezenas de outros feridos.

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A polícia interrompeu à força uma manifestação em Daca em frente ao escritório do partido.

O porta-voz da Polícia Metropolitana de Daca, Faruk Hossain, explicou neste dia à agência espanhola de notícias Efe que “existem elementos suficientes das forças de segurança destacados na cidade” para evitar qualquer tipo de incidente e, para já, “tudo permanece tranquilo”.

Os apoiantes do BNP chegaram ao local do comício a pé ou em riquexós comum de três rodas em ‘procissões’ de cerca de um quilómetro pelas ruas de Daca, depois de os transportes públicos terem sido cancelados devido à manifestação.

Alguns, como Shoriful Islam, explicaram à EFE que usaram o riquexó como “precaução” para “evitar simpatizantes do partido do governo e a polícia nas ruas” que fiscalizavam os manifestantes e, assim, conseguir chegar ao local do protesto.

Jamal Uddin, líder da frente juvenil do BNP Juba Dal no distrito de Shariatpur, disse à Efe que 5.000 dirigentes do partido chegaram desde as suas zonas ao local da manifestação depois de superar muitos obstáculos e intimidações.

“A polícia tem feito batidas nas casas de muitos dos nossos líderes e ativistas desde 4 de dezembro. Ainda neste dia intercetaram o nosso pessoal na estrada. Chegamos a Daca há alguns dias e ficamos com parentes“, disse.

Com muitos dos principais líderes do BNP presos, neste dia foi a vez dos mais jovens, que iniciaram os eventos do dia fazendo discursos para os milhares de manifestantes.

Além disso, os sete deputados do BNP no parlamento também anunciaram no local que estavam a deixar os seus lugares em protesto.

A governante Liga Awami detém uma esmagadora maioria parlamentar depois de ser acusada de fraudar as eleições gerais de 2018.