O jornalista norte-americano Grant Wahl morreu esta sexta-feira no Qatar, enquanto fazia a cobertura do jogo entre os Países Baixos e a Argentina. Segundo a CNN, que cita uma testemunha presente no local, Wahl, de 48 anos, “colapsou” durante a partida.

A organização do Campeonato do Mundo do Qatar adiantou já este sábado que o jornalista se sentiu mal na área de imprensa do estádio onde decorria o jogo, e que recebeu assistência médica “de imediato”. Wahl foi depois transferido para o Hamad General Hospital, onde acabou por morrer.

A Federação norte-americana emitiu este sábado um comunicado no Twitter. “Toda a família do futebol norte-americano está de coração partido com a perda de Grant Wahl. Grant fez do futebol o trabalho da sua vida e estamos devastados por ele e a sua escrita brilhante não estarem mais entre nós”, lê-se na nota. O comunicado destaca ainda a “paixão” de Whal pelo futebol e a sua “crença” no “poder do jogo” na defesa pelos direitos humanos.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, adiantou, também no Twitter, que o Governo norte-americano está em contacto com a família de Wahl e com as autoridades do Qatar para garantir que os desejos da família são cumpridos. A organização do Mundial diz estar também em contacto com a embaixada dos EUA para assegurar que o processo de repatriamento do corpo “decorre de acordo com a vontade da família”.

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Ainda de acordo com a CNN, num episódio do podcast que mantinha, Futbol with Grant Wahl, publicado a 6 de dezembro, o jornalista contou que se tinha sentido mal, tendo registado sintomas como um “aperto no peito”. Wahl chegou a dirigir-se à clínica do centro de imprensa, onde lhe foi dado ipobrufeno. O jornalista revelou ainda outro episódio de mal estar a 3 de dezembro, após o jogo entre os EUA e os Países Baixos.

Grant Wahl tinha sido detido a 21 de novembro, após o jogo inaugural da equipa norte-americana no Campeonato do Mundo, por ter usado uma camisola com uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+. Wahl contou na altura que foi abordado pela segurança do estádio, e que lhe foi pedido que mudasse de roupa, por estar a usar um símbolo não permitido, uma vez que a homossexualidade é proibida no Qatar. Foi-lhe ainda confiscado o telemóvel. Wahl esteve detido durante cerca de 25 minutos, tendo recebido um pedido de desculpas da FIFA após ter sido libertado.

O irmão do jornalista, Eric Wahl, publicou, entretanto, um vídeo no Instagram no qual lança suspeitas sobre a morte do irmão. “Sou gay, sou a razão pela qual o meu irmão usou a t-shirt com o arco íris no Campeonato do Mundo. O meu irmão era saudável disse-me que recebeu ameaças de morte. Eu não acredito que o meu irmão morreu simplesmente. Acredito que ele foi morto”, afirma no vídeo.

Whal escrevia sobre futebol há cerca de duas décadas, tendo trabalhado para a Sports Illustrated, Fox News e CBS Sports. Atualmente, mantinha um podcast e uma newsletter.