A eurodeputada do PS Isabel Santos já pediu para ser destituída do “conselho honorário” da Fight Impunity, após as notícias de que esta Organização Não-Governamental e o seu presidente, Antonio Panzeri, estavam no centro do escândalo de corrupção que atingiu o Parlamento Europeu e a antiga vice-presidente, a socialista Eva Kaili. A eurodeputada portuguesa, em declarações enviadas ao Observador, explica que tomou a decisão “chocada e surpreendida com as alegadas ligações entre o presidente da associação e o processo judicial em curso”.

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Isabel Santos destaca que integrava o “honorary board” em conjunto com figuras como Denis Mukwege, Bernard Cazeneuve, Emma Bonino, Dimitris Avramopoulos, Federica Mogherini, Cecilia Wikström e Silvia Contrafatto e que decidiu a destituição após “uma reflexão sobre as notícias vindas a público durante o fim de semana.” Diz, no entanto, que “em relação às matérias em investigação, abstenho-me de fazer qualquer comentário.”

A eurodeputada explica, na mesma nota enviada ao Observador, que a “Fight Impunity é uma associação da sociedade civil que visa o combate à impunidade” e destaca que toda a sua “participação nas atividades da Fight Impunity foram pro-bono”. Isabel Santos explica ainda que, no âmbito das atividades desta ONG, “nunca” participou “em discussões ou reuniões em que tivessem sido abordados assuntos relacionados com o Qatar.” Lembra ainda que foi uma das “signatárias da resolução aprovada pelo Parlamento Europeu sobre a situação dos direitos humanos no Qatar no contexto do Campeonato do Mundo da FIFA.

A eurodeputada do PS reencaminhou ao Observador o email de renúncia que enviou para a Fight Impunity. Nesse pedido, Isabel Santos diz que ingressou na ONG convicta da “utilidade e importância do papel da sociedade civil no combate ao flagelo global da impunidade”, mas que depois de uma “séria reflexão” e ter ficado “surpreendida e chocada” exige ser destituída. A eurodeputada pede mesmo o “desenvolvimento imediato de todos os procedimentos” e que o seu nome seja “removido do site” da ONG. O que, até à hora de publicação deste artigo, não aconteceu: o nome, a fotografia e a biografia da socialista continuam a figurar no site da Fight Impunity.

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