Os cavalinhos e outras habilidades podem colocar em risco os motociclistas que as praticam, bem como os peões que, inadvertidamente, se encontrem nas proximidades. Daí que muitos países sintam algum incómodo perante estas demonstrações de domínio em veículos de duas rodas, como o fariam em relação a “atravessadelas” e piões realizados na via pública por automóveis potentes. E há quem tenha decidido acabar com a brincadeira com mão de ferro.

O primeiro país a dar o pontapé de saída foi a Áustria, onde até aqui a penalização por fazer cavalinhos na via pública podia dar azo a multas até 1000€ e perda da carta de condução. Contudo, apesar da dureza das penalidades, os motociclistas não abandonaram a prática e as autoridades sentiram necessidade de aumentar a parada.

Com a nova regulamentação para evitar abusos agora aprovada, todos os motociclistas apanhados a fazer cavalinhos ou outras manobras acrobáticas, o que inclui os burnouts, passarão a ser multados com 10.000€. Como se isto não bastasse, ficam sem carta durante um período de tempo e vêem a sua moto ser confiscada. A medida agora aprovada prevê mesmo que o veículo de duas rodas usado para cometer aquilo que as autoridades austríacas consideram um crime, possa ser expropriado e vendido em leilão, como acontece com veículos de duas ou quatro rodas utilizados em crimes mais graves.

A nova lei entrará em vigor em meados de 2023 e não é de todo impossível que faça escola, sendo alargada a outros países europeus. Além das manobras acrobáticas, a nova lei contempla ainda os “exagerados” excessos de velocidade, que passam a ser alvo do mesmo tipo de penalidades. “Exagerado”, para a polícia austríaca, significa circular a mais de 60 km/h do que o limite obriga em cidade ou 70 km/h fora dos centros urbanos. E se pensa que o alargamento a outros países será difícil, é bom recordar que, já em 2019, um motociclista na Alemanha transgrediu e, como resultado, viu a sua moto ser confiscada e vendida em leilão.

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