A incorporação de renováveis na geração de energia diminuiu para 54,4% até final de novembro, face aos 62,6% do mesmo período do ano passado, divulgou esta segunda-feira a APREN.

De acordo com a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), “em Portugal Continental foram gerados 38.836 GWh [gigawatts hora] de eletricidade no acumulado dos meses de janeiro a novembro de 2022, dos quais 54,4% foram de origem renovável“.

Quanto ao “mês de novembro, especificamente, foram gerados 4.141 GWh de eletricidade, dos quais 53,6% tiveram origem renovável”, indicou.

O aumento de 2,8% face a novembro de 2021 deve-se maioritariamente ao aumento da produção eólica e da bombagem, que contribuiu com 463 GWh para a produção em novembro face aos 149 GWh no período homólogo do ano passado”, explica a APREN no seu Boletim Eletricidade Renovável em Portugal Continental.

A associação salienta ainda que “a produção hídrica recuperou face aos valores dos últimos meses, com o índice de hidraulicidade de 0,88 — valor mais elevado do ano, e próximo da média dos últimos 10 anos no mês de novembro”.

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De acordo com a APREN, no acumulado de janeiro a novembro, o setor eletroprodutor emitiu um total de 5,7 MtCO2eq (toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente), sendo que o setor da eletricidade renovável evitou a emissão de 6,9 MtCO2eq e o gasto de 4.094 milhões de euros na importação de gás natural.

Numa comparação com os principais países dos diferentes mercados europeus, a APREN nota que, entre 1 de janeiro e 30 de novembro de 2022, “Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, ficando atrás da Noruega, Dinamarca e Áustria, que obtiveram 99,3%, 81,7% e 65,0%, respetivamente, a partir de FER [fontes de energia renovável]”.

Já de 1 a 30 de novembro, ficou em quarto lugar nos países considerados, com maior incorporação renovável na Europa.

O boletim esta segunda-feira publicado pela APREN indica ainda que, entre 1 de janeiro e 30 de novembro, “o preço médio horário registado no Mibel [mercado ibérico de eletricidade] em Portugal (174,5 Euro/MWh — euros/megawatt hora) representa um aumento para o dobro face ao período homólogo do ano passado”.

“No mesmo período foram registadas 126 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental, com um preço horário médio no Mibel de 114,6Euro/MWh, sendo que de 1 a 30 de novembro, a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo durante 49 horas consecutivas”.

Ainda segundo a APREN, “desde 15 de junho, quando o mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural entrou em funcionamento, até 30 de novembro, o mesmo gerou uma poupança de 40,4 Euro/MWh, o que equivaleu a uma redução de 12,5% no preço horário médio no Mibel”.

De acordo com a associação, “a poupança devido ao limite do preço do gás natural, correspondente à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar às centrais a gás natural, atingiu um valor máximo de 157,2 Euro/MWh e um mínimo de 0 Euro/MWh”, sendo que, “no total, 75,1 dos 140,5 TWh [terawatts hora] produzidos foram sujeitos ao mecanismo de ajuste dos consumidores na Península Ibérica”.

Nos primeiros nove meses do ano, “a Produção em Regime Especial (PRE) permitiu uma poupança acumulada de 7.852 milhões de euros e de 683 milhões de euros só no mês de novembro”, indica ainda a APREN.