Luís Montenegro, presidente do PSD, considera que o anúncio desta medida de apoio extraordinário é uma tentativa de aproximação ao programa dos sociais-democratas. “António Costa está a recuar e a ir ao encontro do plano estratégico que o PSD tinha”, começou por reagir o líder do partido, deixando um recado ao primeiro-ministro: “Quando António Costa se inspira nas ideias do PSD faz algumas coisas bem feitas.”

“Quero saudar que António Costa dê razão ao que o PSD disse há quase meio ano, que temos de ter mecanismos de apoio para todas as famílias, inclusive as famílias de classe média”, insistiu, dizendo esperar que o Governo mexa, no futuro, nos escalões do IRS.

Recorde-se que o PSD defendia, entre outras medidas, a atribuição, entre setembro e dezembro, de um vale alimentar no valor de 40 euros por mês a todos os pensionistas e reformados que recebessem uma pensão/reforma até 1.108 euros; a atribuição, durante o mesmo período de tempo, de um vale alimentar no mesmo valor de 40 euros por mês a todos os que estivessem na vida ativa e auferissem um rendimento até ao 3º escalão do IRS; e a redução do IRS nos 4º, 5º e 6º escalões.

Também André Ventura já se pronunciou sobre a medida apresentada pelo Governo. O líder do Chega considera que todo o apoio para combate à descida de poder de compra é “positivo”, mas realçou que devia haver “critérios” que permitissem os 240 euros chegar à classe média, que “está com dificuldades em pagar a prestação da casa ou cabaz familiar”.

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Aos olhos do presidente do Chega, um “aumento de 30% na prestação da casa”, uma “taxa de esforço superior a 40%” no pagamento das despesas essenciais e a dificuldade em sustentar o agregado familiar são critérios que deviam ser tidos em conta para o pagamento da pensão extraordinária.

Numa conferência nos Passos Perdidos, na Assembleia da República, Ventura frisando ainda que o apoio extraordinário seja discutido no Parlamento depois de ser aprovado em Conselho de Ministros.

Por outro lado, o deputado da IL Rui Rocha diferencia este pagamento do anterior, dizendo que os 125 euros “abrangiam uma parte mais alargada” da população, o que criticou. “Não faz sentido tomar estas medidas para uma parte alargada da população, faz sentido que sejam tomadas para uma parte alargada, faz sentido para quem tem carências”, explicou.

No seguimento, disse ainda que o apoio dos 125 euros foi “uma compra eleitoral de votos que não se justificava” e que “para a classe média devia ter havido uma baixa de impostos” e não esse pagamento. Contudo, apesar de concordar com critérios mais apertados, lamentou que haja “três milhões de pobres que precisam deste apoio”.

António Costa anuncia mais um apoio extraordinário: 240 euros para as famílias vulneráveis

António Costa revelou, em entrevista à Visão, que o Estado vai dar uma nova prestação extraordinária de 240 euros, destinada a apoiar as famílias mais vulneráveis, tendo em conta o aumento do custo de vida. Ao contrário do que aconteceu em setembro, em que o pagamento era para todas as pessoas com rendimentos brutos até 2700 euros, desta vez trata-se de um apoio exclusivo para um milhão de famílias vulneráveis.