A mortalidade por todas as causas esteve, na semana passada, acima do esperado para a época nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo, nos maiores de 85, coincidindo com o aumento da incidência das infeções respiratórias.

Os dados constam do novo relatório semanal “Resposta Sazonal em Saúde — Vigilância e Monitorização”, publicado a partir desta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde DGS) e que incide sobre “a evolução das infeções respiratórias agudas e os potenciais efeitos do frio na saúde da população”.

Segundo os dados referentes à semana entre 5 e 11 de dezembro, que, ressalva a DGS, tem menos um dia útil, pelo que a informação deve “ser interpretada em conformidade”, o grupo etário entre 6 e 18 anos foi o que registou o maior número de episódios de urgência por síndrome gripal.

Dos episódios de urgência por síndrome gripal, 48,7% ocorreram abaixo dos 18 anos, refere a DGS, assinalando que os valores apresentados são inferiores aos das épocas anteriores a 2020 em todos os grupos etários.

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“Observou-se um aumento da proporção de consultas por infeções respiratórias nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde face à semana 48 de 2022 (28 de novembro a 4 de dezembro de 2022)”, adianta o relatório, que integra informação de várias fontes e organismos.

A procura do SNS24 (atendimentos triados pelo SNS 24) e do INEM (chamadas) apresentou um aumento face à semana anterior, tendo-se verificado “uma ligeira diminuição da proporção de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal”.

Este valor poderá ser revisto face a possíveis constrangimentos no reporte eletrónico, decorrente das intempéries ocorridas esta semana”, sublinha a DGS.

A proporção de episódios de urgência por síndrome gripal com destino a internamento apresentou uma tendência crescente.

Segundo o relatório, a cobertura vacinal contra a Covid-19 e contra a gripe “é elevada e tem conferido uma proteção crescente da população mais vulnerável”.

A cobertura vacinal contra a gripe (72%) encontra-se próxima da recomendada pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.

O relatório refere que a atividade epidémica da gripe foi de baixa a moderada intensidade, com tendência crescente, com predomínio do subtipo A(H3), associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis

Analisando a mortalidade específica por Covid-19, a autoridade de saúde indica que apresentou “uma tendência crescente”, mas abaixo do limiar recomendado pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC, sigla em inglês]

A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 apresentou uma tendência decrescente, refere a DGS, ressalvando que a análise epidemiológica dos indicadores de Covid-19 deve ter em conta as alterações na notificação laboratorial no início de outubro 2022 (quebra de série).

A variante de SARS-CoV-2 Omicron BA.5 manteve-se dominante, com aumento da prevalência da sub-linhagem BQ.1.

Observou-se uma diminuição na ocupação de camas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) com Covid-19 e uma diminuição na proporção de casos reportados de gripe admitidos em UCI.

Apesar da diminuição do número de internamentos observada em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em menores de dois anos, estes valores mantêm-se elevados.

O relatório apela à vacinação sazonal contra a gripe e contra a Covid-19, à utilização do SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde e à adoção de medidas de proteção individual pela população por grupos de risco, incluindo etiqueta respiratória, lavagem de mãos e uso de máscara em espaços aglomerados de pessoas.